Príncipe Edward VIII da Inglaterra |
“Fui para a cama alimentando o sonho de,
um dia, casar com o príncipe Eddy.”
Agatha Christie
Ah, o amor!
Em especial o amor romântico e inocente no coraçãozinho de uma menina de 6
anos.
Agatha Christie
teve a chance de conhecer o jovem príncipe Eddy – Príncipe Edward VIII, o filho
mais velho do Rei George V e da Rainha Mary – e, é claro, se apaixonou por ele.
Chegou a imaginar modos fantásticos de conhecê-lo, típicos dos mais irreais
romances de aventura, no qual ela lhe salvava a vida e, assim, recebia o consentimento
para se casar com ele. É o que ela nos conta no trecho da Autobiografia que destaco hoje.
A
propósito, o príncipe Edward foi aquele que reinou de janeiro a dezembro de
1936, e abdicou do trono justamente por amor! Quem assumiu o trono foi seu
irmão, George VI, o pai da Rainha Elizabeth e portanto o avô do Príncipe
Charles e bisavô do Príncipe William.
O Príncipe Edward com sua amanda Wallis Simpson |
Mas, lá no
passado, o romântico Príncipe Eddy de Agatha Christie abdicou do trono porque quis
se casar com a norte-americana Wallis Simpson (a mulher mais sortuda do mundo!), contrariando as regras da
monarquia e as convenções sociais. Acontece que sua amada não apenas era uma
plebeia de outra nacionalidade, mas era divorciada do 1º casamento e estava
ainda em processo de divórcio do 2º. Mas o apaixonado príncipe não desistiu
dela – desistiu, isso sim, de um reino inteiro por ela!
Ah, o
amor...
* * * * * * * * * * * * * * * *
[excerto da Autobiografia de Agatha
Christie]
Não
foi em Manchester que vi pantomimas pela primeira vez. Foi no Drury Lane, aonde
vovó me levou. Dan Leno fazia Mamãe- Ganso. Ainda me lembro muito bem dessa
pantomima.
Passadas
algumas semanas, eu ainda sonhava com Dan Leno. Achava-o a pessoa mais maravilhosa
que jamais vira. E, na noite em que o vi representar, sucedeu um incidente
interessante.
Príncipe Edward VIII quando criança |
Os dois
principezinhos estavam assistindo à pantomima no camarote real. O príncipe Eddy*,
como lhe chamávamos, deixou cair seu programa e o binóculo de teatro. Caíram na
platéia, pertinho de nossos lugares e — oh!, delícia — não foi o camareiro, mas
o próprio príncipe Eddy que veio apanhá-los, pedindo desculpas, muito cortês, e
dizendo que esperava não ter machucado ninguém.
Nessa noite,
fui para a cama alimentando o sonho de, um dia, casar com o príncipe Eddy.
Primeiro, talvez pudesse salvar-lhe a vida, quando estivesse se afogando... A
rainha, reconhecida, daria seu real consentimento.
Ou talvez
acontecesse um acidente — o príncipe estaria se esvaindo em sangue e eu daria o
meu para uma transfusão. Então, eu seria feita condessa — como a condessa Torby
—, e o príncipe faria um casamento morganático. Mesmo aos seis anos, esse sonho
era fantástico demais para poder durar...
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*Príncipe
Edward VIII (23 jun. 1894 – 28 maio
1972)
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