BONS MOMENTOS EM FAMÍLIA SÃO MELHORES AINDA COM UM BOM MISTÉRIO!
Nesta época de Natal e festividades que remetem à convivência familiar e aos nossos amigos mais queridos, nada melhor do que compartilhar lembranças da vida de Agatha Christie em família. Assim, fiz questão de traduzir este adorável artigo escrito por Mathew Prichard,
neto da escritora.
Através de
suas lembranças de infância, ele narra um momento peculiar em família, em que
Agatha Christie, depois do jantar, testava
suas ideias para um novo livro submetendo a todos o mistério no qual estava
trabalhando, e desafiando-lhes a descobrir quem era o assassino.
Poxa, como
deve ter sido divertido ser neto de Agatha Christie!
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O JOGO DE ADIVINHAÇÃO
por
Mathew Prichard
Lembro-me
do ano em que minha avó leu para nós um capítulo ou dois de "Cem Gramas de Centeio" após o jantar
todas as noites. Deve ter sido em 1953 e eu me recordo do jogo como se fosse
ontem. Toda a família sentada na sala de desenho em Greenway, as xícaras de
café vazias sobre a bandeja, um fumaçinha saindo do charuto de meu avo, um
conjunto de capas de chintzy cor de malva nas cadeiras e um piano no canto da
sala. Minha avó sentava-se em um poltrona com a luz incidindo diretamente sobre
ela e um par de óculos, em um formato estranho de borboleta, colocados um pouco
mais para frente. Depois de cada sessão de leitura, exceto nas duas ou três
primeiras, nós éramos todos convidados a adivinhar a identidade do assassino. Seria
a Adele ou a Elaine? (envenenamento é talvez a arma de uma mulher?). Ou, talvez
não, porque Percival ou Lancelot poderiam ter cometido o crime. Ou que tal a
sinistra Srta. Armsbottom ou alguém como ela?
Agatha Christie com seu neto Mathew |
De duas
reações consigo me lembrar claramente: meu avô Max normalmente terminava seu
charuto adormecia durante a leitura, acordando com um sobressalto quando nós estávamos
todos tentando adivinhar. Ele então consistentemente e obstinadamente acusava o
suspeito mais improvável e impossível, e adormecia novamente. Minha mãe, por
outro lado, sustentava que a solução era obviamente clara como cristal para
qualquer um com um grão de inteligência, e que o enredo era tão transparente
que mal valeria a pena submeter o publico a ele. Todavia, ela não estava preparada
para ser mais explícita.
Havia, é claro, um propósito serio por trás destas
ocasiões altamente agradáveis. Minha avó estava ansiosa para experimentar seu
livro em uma plateia viva, que lhe possibilitasse testar seu enredo e se era plausível.
Não é preciso dizer que Max e minha mãe, de seus modos completamente
diferentes, adivinhavam corretamente e deixavam o resto de nós enfurecidos!
Mathew Prichard, neto de Agatha Christie |
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Para ler o artigo original, clique em: http://www.agathachristie.com/about-christie/mathew-on-christie/the-guessing-game/
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