Artigo da série: Poirot X Sherlock
Capa + Corpo Atlético
ou
ou
Bengala + Bigodes Pontudos:
faça sua escolha!
Sherlock: O Garboso Pai de Todos
Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. |
Quando Hercule Poirot surgiu, já havia outros
detetives fictícios famosos como Lord Peter Wimsey e Nero Wolfe. Porém, ao
tentar visualizar um detetive de estória policial, o imaginário dos leitores naquela época
estava mesmo tomado pela figura de Sherlock Holmes, personagem de Sir Conan
Doyle. Eu disse estava? Correção: está até os dias de hoje! Como afirma Jeffrey
Feinman, Sherlock Holmes é o pai de
todos!
Não apenas galante, garboso, viril, elegante e, em
minha opinião, muito sexy, Holmes esbanjava charme através de sua inteligência
e um afinado poder de dedução. Munido de suas inseparáveis lupa e capa, nenhuma
pista lhe escapava com facilidade. Era um desportista também, que cuidava da saúde física tanto quanto da intelectual. Eu o imagino
alto, de movimentos ágeis. E muito, muito bonito. Poirot, ao contrário, não se
parece nada com isso. Aliás, está muito, muito distante dessa descrição.
Poirot: uma Aparência Ridícula
...exatamente igual a um ovo, a qual ele sempre mantinha um pouco
inclinada para o lado.
A famosa descrição de Poirot feita por Agatha Christie, ao nos apresentar-lhe pela primeira vez em O Misterioso Caso de Styles (The Mysterious Affair at Styles, 1920) através dos olhos do Capitão Hastings, dá inicio a construção de sua imagem com um apelo visível ao ridículo, sendo diametralmente oposta ao do garboso detetive popular há época.
Como se não bastasse, ele ainda era manco. Ao menos, no princípio. Em sua primeira aparição, observa o Capitão Hastings ao descrevê-lo:
A famosa descrição de Poirot feita por Agatha Christie, ao nos apresentar-lhe pela primeira vez em O Misterioso Caso de Styles (The Mysterious Affair at Styles, 1920) através dos olhos do Capitão Hastings, dá inicio a construção de sua imagem com um apelo visível ao ridículo, sendo diametralmente oposta ao do garboso detetive popular há época.
Como se não bastasse, ele ainda era manco. Ao menos, no princípio. Em sua primeira aparição, observa o Capitão Hastings ao descrevê-lo:
Eu lamentei ver como ele mancava terrivelmente.
Porém, nos livros seguintes, Agatha Christie desistiu do claudicar de Poirot. Deve ter se apiedado um pouquinho dele. Em todo caso, subentende-se que o primeiro mancar deve ter sido em função de algum ferimento do ofício como policial ou da Guerra.
De Cachecol até as Orelhas
David Suchet como Poirot |
O bigode era duro e militar. (...) Mesmo que tudo o mais em seu
rosto estivesse coberto, as pontas de seus bigodes e a extremidade rosada de
seu nariz ainda permaneceriam visíveis.
Agatha Christie volta a nos chamar a atenção para
as famosas pontas esticadas e engomadas de seus bigodes curvados bem como de seu nariz
avermelhado nas páginas iniciais de Assassinato no Expresso do Oriente (Murder
on the Orient Express, 1934). No livro, ela enfatiza sua baixa estatura e sua
aparência atarracada ao dizer que:
As pontas de seu nariz eram as únicas coisas que se podia avistar
naquele homem todo embrulhado em um cachecol até as orelhas.
Poirot sente muito frio em alguns lugares - tanto quanto sente muito calor em outros. De uma forma ou de outra, a forma como é feita a descrição de seu incômodo com o clima reforça sua aparência e seus modos peculiares.
Cabelos Pretos e Olhos Verdes
(Pelo menos isto!)
Albert Finney como Poirot |
Mas, como salvação, Poirot não era nem calvo, nem
careca, a despeito de algumas caracterizações suas que foram realizadas no
cinema ou na TV. Nos originais de Agatha Christie, Poirot tem cabelos pretos e
brilhosos, cuidadosamente cobertos por pasta, como era o costume, e, com a idade chegando, ele passa a tingi-los. Grisalhos, nunca!
Seus olhos, também, pelas descrições feitas, me
parecem bonitos e bem espertos, o que contrabalanceia todos os outros quesitos da construção desfavorável de sua aparência. Conta-nos Agatha Christie que eles eram verdes e cintilantes como os de um gato toda vez que uma ideia brilhante
lhe ocorria.
Um homenzinho muito,
muito fora do comum.
muito fora do comum.
David Suchet como Poirot |
Completamente oposto a Sherlock Holmes, Hercule Poirot
está longe de ser um galã.
Holmes tem um ótimo preparo físico e frequentemente se envolve em situações de ação, inclusive com luta corporal, como por exemplo, quando jogou Moriarty dentro das Quedas de Reichenbach em The Empty House (1903).
Hercule Poirot, ao contrário, raramente faz exercícios e detesta longas caminhadas. Prefere sentar-se confortavelmente em algum lugar, comer ou beber de algo que lhe satisfaça, e deixar suas famosas células cinzentas fazerem todo o exercício de que precisa.
Holmes tem um ótimo preparo físico e frequentemente se envolve em situações de ação, inclusive com luta corporal, como por exemplo, quando jogou Moriarty dentro das Quedas de Reichenbach em The Empty House (1903).
Hercule Poirot, ao contrário, raramente faz exercícios e detesta longas caminhadas. Prefere sentar-se confortavelmente em algum lugar, comer ou beber de algo que lhe satisfaça, e deixar suas famosas células cinzentas fazerem todo o exercício de que precisa.
Definitivamente, um homenzinho fora do comum, como dizia o Capitão Hastings lá em sua
primeira descrição em O Misterioso Caso de Styles. Nada bonito, nem atraente. E repleto
de outros defeitinhos em sua personalidade, e manias e outras coisinhas mais.
Porém, um homenzinho a quem todos nós
admiramos, a quem todos nós amamos.
É como dizem: quem
ama o feio, bonito lhe parece. E eu confesso: a verdade é que eu acho o
Poirot verdadeiramente lindo!
Muito mais do que Sherlock Holmes...
****************
Fazendo Fofoca: Você também notou que os bigodes de
Sir Conan Doyle (foto acima), o criador de Sherlock Holmes, são duros e
pontudos, bem parecidos com os de Poirot? Hum, interessante, né?....
Nenhum comentário:
Postar um comentário