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terça-feira, 3 de setembro de 2024

MISS MARPLE: CHÁ & BOLINHOS - Pérolas de Sabedoria de Miss Marple (parte 3)




Julia McKenzie como Miss Marple



PÉROLAS   DE   SABEDORIA  DE  MISS  MARPLE 

(parte 3)



Ah, nossa adorável velhinha detetive: uma hora doce, outra, mordaz; uma hora atrapalhada, outra, sagaz;  uma hora frágil; outra, corajosa; uma hora enrubescendo modesta, outra, rindo-se orgulhosa; uma hora dizendo-se uma tola, outra, a mais esperta entre todos! Porém, há uma constante: Miss Marple é uma mulher sábia.


Seja pela experiência de vida, seja por sua personalidade observadora e perspicaz, Miss Marple sempre tem um conselho para quem dele precisa ou um comentário sobre a situação. Fui anotando as sábias frases da velhinha, fossem conselhos, simples constatações, conversas ou pensamentos. Em seguida, organizei as frases em 14 temas distintos, os quais publicarei em 3 postagens:



PARTE 1: o que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

- ASSASSINOS

- CRIMES

- A NATUREZA HUMANA

- PROFISSÕES




PARTE 2: O que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

RAPAZES  &  HOMENS

MOÇAS  &  MULHERES

OS JOVENS

CASAMENTO

FAMÍLIA




PARTE 3: O que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

ALDEIAS E CIDADES PEQUENAS:

MEXERICOS

SI MESMA:

A  VIDA:

PÍLULAS DE SABEDORIA



É especialmente para você que é super fã de Miss Marple que eu dedico este trabalho. E espero, é claro, que todos se divirtam tanto lendo e imaginado nossa adorável velhinha dizendo estas coisas como eu me diverti fazendo a pesquisa e produzindo estas postagens!



*  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *



O   QUE   MISS   MARPLE   TEM   A   NOS   DIZER   SOBRE...




Joan Hickson como Miss Marple



... ALDEIAS  E  CIDADES  PEQUENAS:



— A gente vê tantas coisas ruins numa aldeia.


— Temos tão pouco de que falar no campo!


— Uma pessoa que viva numa aldeia o ano todo compreende muita coisa da natureza humana.


— Não se pode guardar segredos em St. Mary Mead.


Você provavelmente se surpreenderia com as coisas que acontecem num "lugarejo puro e tranquilo”.


A natureza humana é a mesma em toda parte. Naturalmente uma pessoa tem oportunidades de observá-la mais de perto, numa vila.


As pessoas não são tão tolas. Não nas cidades.


Hoje em dia em toda parte há ruído, não é? Até mesmo em St. Mary Mead. A aldeia fica bem perto de um aeroporto, sabe? O jeito como aqueles jatos voam sobre nós é realmente assustador.


Há quinze anos, a gente sabia quem era todo mundo.




Joan Hickson como Miss Marple



... MEXERICOS:


O povo repara tanto nos mais ínfimos detalhes.


— Todas as mulheres de idade são bisbilhoteiras. Teria sido muito esquisito, e mais fácil de provocar desconfianças, se eu não metesse um pouco o nariz onde não sou chamada.


— É bastante fácil difundir um rumor. Sim, muito fácil. Eu tive ocasião de comprová-lo mais de uma vez virtualmente.


— Mas não devo começar com mexericos. Não existe nada mais tedioso do que a gente ficar falando de lugares e pessoas que os outros nunca viram nem sabem nada a respeito.


— As pessoas falam demais.


Concordo em que o mexerico é errado e até cruel, mas quase sempre é verdadeiro, não é?


— Não havia graça em se envolver em escândalos hoje em dia. Apenas homens e mulheres trocando de amantes, e chamando atenção para si próprios, ao invés de tentarem decentemente abafá-los e se envergonharem de suas próprias ações.


As conversações são sempre perigosas... quando se tenta ocultar isto ou aquilo.


Como esqueço facilmente o que me contam não me importa escutar um relato pela segunda vez.


Está claro que não se deve dar ouvidos a mexericos de empregados, mas receio que uma velha como eu anda sempre interessada em saber coisas a respeito do pessoal desta casa.


— A gente repete para novas pessoas o falatório, que se propaga, que se amplia inclusive, que corre com a velocidade de um rastilho de pólvora.


Ninguém acreditava no que eu dizia! Nem a polícia, nem o pessoal da ferrovia, nem ninguém mais. É muito aborrecido não nos darem crédito.


É impressionante a rapidez com que as notícias correm.



Julia McKenzie como Miss Marple


... SI MESMA:


Não sei como é, mas tenho o dom de me meter em coisas que realmente não me dizem respeito. Em crimes e acontecimentos estranhos, quero dizer.


— Sei um pouco mais do que possa pensar.


Minha mente é um esgoto, como costuma dizer meu sobrinho Raymond. Mas sempre respondo: o esgoto é uma utilidade doméstica essencial e, aliás, muito higiênica.


A impressão que eu tenho é que trago na cara cada minuto que vivi.


Nunca fui partidária da abstinência. Um drinque mais forte é sempre aconselhável nas premissas de casos em que há choques ou acidentes. Inestimável em algumas ocasiões.


— Às vezes encontro certa dificuldade em me exprimir com clareza.


Como já lhes disse, sou muito propensa à suspeição. Meu sobrinho Raymond me diz (é claro que por brincadeira e afetuosamente) que minha mente é como uma fossa; que, aliás, é assim a mente da maioria dos vitorianos. Tudo que posso dizer é que os vitorianos conhecem muito a natureza humana.


— Não sei por que decidiu que penso em crimes o tempo todo.


— A maioria das pessoas confia demais neste mundo mau. Acreditam no que lhes dizem. Eu não. Sinto muito, mas gosto sempre de provar as coisas por mim mesma.


Eu prefiro os remédios antiquados, naqueles vidros escuros de farmácia. Afinal, esses sempre se podem derramar na pia.


De mim não fariam o menor caso. Todos afirmariam que sou uma velha dada a imaginar coisas.


Admiro a coragem.


—Nós duas fomos educadas para cumprirmos o nosso dever, não fomos?


Eu receio não ser inteligente, mas tenho vivido todos esses anos em St. Mary Mead, e isso me dá uma certa compreensão da natureza humana.


É verdade que eu tenho levado uma vida que se diria muito monótona. Mas adquiri grande experiência ao resolver vários pequenos problemas que surgiram. 


— O senhor não tem a experiência que tenho com moças que mentem.


— Eu adoro ser útil a outros de uma forma ou outra. Na minha idade, você sabe, tem-se às vezes a impressão de que não serve para nada.


Francamente, eu não tenho talento algum (mas não tenho, mesmo), a não ser, talvez, um certo conhecimento da natureza humana.


— Embora seja velha, não sou uma criança retardada.


Acho que vai achar tolice minha ficar lendo tudo isto, mas as pessoas querem tanto ficar por dentro das coisas e, naturalmente, não é sentada em casa que vou saber das coisas como gostaria.


Não fico chocada muitas vezes, você sabe, mas isto realmente me choca um pouco.


Sempre achei que as pessoas têm uma tendência a confiar demais nos outros. E eu sempre tive uma tendência a esperar o pior. Não é muito bonito, eu sei... mas o problema é que geralmente tenho razão.


— Eu creio que não possuo a experiência suficiente para tais julgamentos. A minha vida foi muito caseira.


Eu faço isso com a máxima hesitação, porque sei que estou muito velha e meio caduca, e acho até que minha ideia pode não ter o mínimo valor.


Talvez eu não devesse ter essa sensação, mas é muito gratificante armar uma teoria e ter provas de sua exatidão!


Posso lhe garantir, inspetor, que sei tomar conta de mim mesma muito direitinho.


Mas é lógico que de uma velha que nem eu, que dispõe de todo o tempo do mundo, como se diz, a gente espera realmente que fale uma porção de coisas desnecessárias.


— Estou muito velha para aventuras.



Geraldine McEwan como Miss Marple



A  VIDA:


— A vida tem muito mais valor, tem mais interesse quando estamos a ponto de perdê-la.


Pobre Sr. Jefferson. Que história triste. Esses acidentes terríveis. Deixá-lo vivo, aleijado, parece ter sido mais cruel do que se tivesse morrido também.


— Sim, foi perigoso, mas não fomos postos neste mundo para evitar o perigo quando está em jogo a vida de um nosso semelhante. Compreende?


— E realmente não me incomodo com o fato de estar envelhecendo. É a menor das indignidades.


— Não se pode viver eternamente encerrado entre quatro paredes.


A gente não pode nunca voltar atrás, que não deve tentar voltar atrás... Que a essência da vida é andar para diante. A vida é na realidade uma rua de mão única.


Só os velhos sabem quão valiosa é a vida, quão interessante resulta...


— Se acontecer algo... de ruim na sua vida... eu acho que a melhor coisa seria voltar para onde foi feliz em criança.


A gente precisa de muita coragem para enfrentar a vida.



Geraldine McEwan como Miss Marple


PÍLULAS DE SABEDORIA:


O fato é espantoso, mas não é impossível.


E muito difícil, sabe, ver uma pessoa através dos olhos de outra...


Creio que é importante que todos sejam felizes.


Se você não vê o significado de uma coisa, é porque você deve estar olhando-a do modo inverso.


Mas o importante, sabe, é que a maldade não triunfe.


A verdade é clara como o dia, se ao menos eu pudesse vê-la. São as nuvens que estão atrapalhando...


Sabe, eu sempre acho que é melhor abordar um assunto aos poucos.


O dinheiro pode fazer muito para suavizar os nossos sacrifícios.


No meu tempo era considerado falta de educação tomar Remédios às refeições, da mesma forma que assoar o nariz na mesa de jantar.


É estranho como a gente tem impressões erradas, às vezes, não é?

Afinal de contas, há tempo para tudo.


— Creio que a gente precisa aceitar as mudanças.



Quando a gente olha apenas para um lado de uma coisa, só se vê aquele lado. Mas se a gente consegue chegar a uma conclusão sobre o que é realidade e o que é ilusão, tudo se explica com a maior clareza.



quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Miss Marple: Chá & Bolinhos - MANUAL DAS BISBILHOTEIRAS DE ST. MARY MEAD






Se você morasse em uma singela aldeia inglesa como St. Mary Mead, lar de Miss Marple, a esperta velhinha detetive criada por Agatha Christie, os mexericos, pequenos ou grandes, inofensivos ou maldosos, fariam parte de sua vida, querendo ou não!

Você tomaria intrigas com o café da manhã e passaria manteiga de ervas e indiscrições em seu pão. Você almoçaria frango temperado com comentários impertinentes, beberia um copo de água gazosa misturado com fofocas e saborearia uma deliciosa sobremesa de escândalos cochichados ao pé do ouvido. Mais tarde, você salpicaria canela e dúvidas quanto à moral dos vizinhos em seu chocolate quente e comeria bolinhos recheados com creme e fuxicos.


Assim imagino St. Mary Mead


Seu chá das 5 h. seria adoçado com mel e insinuações maliciosas e suas torradas seriam cobertas com geleia e bisbilhotice. À noite, você tomaria um prato fundo de sopa com gengibre e notícias apimentadas, e mais tarde beliscaria biscoitinhos cobertos de açúcar e informações constrangedoras sobre pessoas conhecidas que lhe fariam corar!

Só depende de você escolher de que lado dos mexericos prefere ficar: do lado de quem é uma vítima deles ou do lado de quem os produz. Mas, aconselho que pense muito bem! Afinal, não apenas as fofoqueiras se divertem muito mais do que suas vítimas, como também, conforme afirma nossa sábia velhinha detective:


Joan Hickson como Miss Marple


Concordo em que o mexerico é errado e até cruel, mas quase sempre é verdadeiro, não é?

(Miss Marple em Assassinato na Casa do Pastor)


Então, caso tenha se decidido pelos prazeres da bisbilhotice, aqui estão algumas dicas preciosas reunidas neste MANUAL, elaborado com base nos exemplos das grandes e adoráveis (ou nem tanto...) fofoqueiras criadas por Agatha Christie. Aproveite e divirta-se você também!



MANUAL  DAS  BISBILHOTEIRAS  DE  ST.  MARY  MEAD






1. Xeretar e vigiar a vida dos outros incansavelmente.


* — E foi aqui que tudo aconteceu, então? — perguntou Miss Marple, acrescentando, em tom de desculpa: — Tenho a impressão de que a senhora está me achando muito curiosa...
(A Mão Misteriosa)

* O olhar astuto de Miss Marple percorria toda a sala.
— Estou vendo que a senhora não tem tapete diante da lareira — observou.
Dinah Lee virou-se e a encarou. Não tinha a menor dúvida de que a velha senhora a estivesse passando por um escrutínio.
(Um Corpo na biblioteca)

* — A srta. Wetherby telefonou — disse ela. — A sra. Lestrange saiu
às oito e quinze e não voltou até agora. Ninguém sabe aonde ela foi.
(...) — Também não foi ao dr. Haydock. A srta. Wetherby sabe disso
porque telefonou para a srta. Hartwell, que mora ao lado dele e teria
dito algo, caso a sra. Lestrange houvesse aparecido por lá.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* Miss Marple inclinou-se para frente. Tinha uma mancha cor-de-rosa em cada bochecha. Achar-me-ia muito indiscreta e muito indelicada se lhe perguntasse o que dizia a mensagem?
(A Mão Misteriosa)

* — Ela vive ocupada demais com o seu jardim e não cuida do marido. É preciso estar sempre de olho nos homens, sempre, sempre — repetia a srta. Hartwell.
(Um Corpo na biblioteca)



Deddie Davies como Mrs. Salisbury



* Miss Marple sempre vê tudo. A jardinagem é um bom disfarce, e o hábito de observar passarinhos com binóculos de longo alcance sempre pode ser útil.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — É mesmo? Mas então falaram de quê?
— Quadros, música, livros — respondi, falando a verdade. Os únicos assuntos que interessam à srta. Hartwell são puramente pessoais, e por isso ela me olhou com suspeita e descrença.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Fiquei pensando, não haverá um pouco de romance no ar? — sugeriu, com ar maroto, Miss Marple. — Com aquele rapaz alto?
— Com Patrick, a senhora quer dizer? Não, eu não...
— Não, eu falo de um rapaz alto, de óculos. Já o vi por aí.
(Convite para um Homicídio)

* — O pobre coitado vai ser agarrado antes que perceba onde está. Ele é inocente como um bebê que está para nascer, todo mundo sabe disso.
(Srta. Hartwell em Assassinato na Casa do Pastor)

— Miss Marple também não tem perdido tempo. Fletcher relata que ela tem tomado o café da manhã no Bluebird. Já foi tomar um cálice de sherry com Hinchliffe e Murgatroyd e chá em Little Paddocks. Esteve apreciando o jardim dos Swettenham... e foi conhecer as curiosidades indianas do coronel Easterbrook.
(A Mão Misteriosa)



2. Afinal, para que servem as janelas se não para espionar os vizinhos?



Angela Lansbury como Miss Marple


* — Como se consegue ingerir algum alimento neste lugar. Devem fazer suas refeições em pé, junto à janela, para ter certeza de que não estão perdendo nada.
(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* Compreendi perfeitamente. Tirando partido do fato de que a casa estava vazia, a srta. Hartwell dera rédeas à sua curiosidade e rodeara a casa, examinando o jardim e olhando por todas as janelas para ver o máximo possível do interior.(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* Minha primeira visita foi à srta. Hartwell. Devia estar espreitando pela janela, pois, antes que tivesse tempo de tocar campainha, abriu a porta da frente e, apertando minha mão com firmeza, fez-me entrar. (Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* — Então resolvi dar a volta à casa e.. . e bater numa janela — continuou sem corar. — Fiz a volta inteira e olhei em todas as janelas, mas não havia ninguém em casa.
(Srta. Harinell em Assassinato na Casa do Pastor)



3. Se deliciar com os escândalos.





* Houve uma pausa, enquanto as senhoras saboreavam aquela nota a mais no escândalo da aldeia. (Um Corpo na Bilbioteca)

* Miss Marple estava naturalmente entusiasmada com o assunto. Como disse apologeticamente: — Temos tão pouco de que falar no campo! — Tinha decidido que a rapariga morta devia ser exatamente como a Edith dela. (A Mão Misteriosa)

* — E sua pobre esposa?
A Srta. Hartwell procurou disfarçar seu prazer intimo e ardente.
— Realmente. Não acho que ela tenha qualquer ideia.
(Um Corpo na Bilbioteca)

*A agitação foi enorme por um instante, até que Miss Marple disse
em tom de censura, mas sorrindo: — Menina travessa!
(Assassinato na Casa do Pastor)

* É um episódio tão emocionante... como essas coisas que a gente lê nos jornais... e, tendo acontecido com alguém que a gente conhece... estou louca para ouvir a história toda, para imaginar exatamente como tudo aconteceu, a senhora entende, não?
(Miss Marple em A Mão Misteriosa)

* Estou muito preocupada, bastante excitada mentalmente, sem saber o que devo fazer. Soube de uma coisa que acho que pode ser importante.
(Sta. Wetherby em Assassinato na Casa do Pastor)



4. Saber que não vai agradar aos outros, mas não ligar a mínima para isso!


Barbara Hicks  como Miss Hartnell


* — Quem virá? (...)
— A sra. Price Ridley, a srta. Wetherby, a srta. Hartwell e a terrível Miss Marple. (...) É a que mais fala mal dos outros na aldeia — disse Griselda. — E sempre sabe de tudo o que aconteceu e tira as piores conclusões.
(Griselda em Assassinato na Casa do Pastor)

* A Srta. Wetherby é uma solteirona impertinente, de nariz comprido. (Um Corpo na biblioteca)

* A srta. Hartwell, que é uma mulher acabada, porém alegre e muito temida pelos pobres. (Assassinato na Casa do Pastor)

* — As gatas velhas do condado foram procurá-lo por causa disso? Por causa de meus costumes? Ora essa, a moral não é assunto para a Polícia. (sr. Blake em Um Corpo na Bilbioteca)

* — O que elas precisam — volveu Griselda — é de um pouco de imoralidade em suas vidas. Assim não ficariam tão ocupadas procurando isso na vida dos outros.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* A srta. Wetherby é uma mistura de vinagre e rompantes. (Assassinato na Casa do Pastor)

* – Há mulheres demais nesta parte do mundo.
(Cel. Melchet em Um Corpo na biblioteca)

* – Miss Marple é a perfeita investigadora local. Ela já nos passou a perna, uma vez, não foi? (...)
– Daquela vez era um caso local, Sir. A velha sabe de tudo que se passa na aldeia, isso é verdade.
(Um Corpo na biblioteca)



5. Dizer o que tiver que dizer, doa a quem doer.



Miriam Margolyes como Mrs Price-Ridley


* — É revoltante, em minha opinião — a srta. Hartwell prosseguiu com sua habitual falta de tato.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — A senhorita me permitiria dar-lhe um conselho, muito embora possa parecer impertinente? — perguntou Miss Marple.
— Eu o considerarei impertinente. É melhor a senhora não dizer nada.
— Não obstante, vou dizer. Quero aconselhá-la, veementemente, a não continuar a usar seu nome de solteira na aldeia.
(Um Corpo na biblioteca)

* – Eu não devia me queixar, mas às vezes penso que se viver muito tempo mais perto de Mrs. Hartwell, vai haver um lamentável incidente. Aquela velha gata de cara azeda, sempre fofocando e reclamando. Jim também está bem cheio. Teve uma briga de primeira classe com ela ontem à noite. Apenas por que ouvimos o Messias um pouco mais alto! Você não pode fazer objeções ao Messias, pode? Quero dizer, é religioso.
— Ela objetou?
— Criou uma confusão terrível — disse Cherry. — Bateu na parede, gritou e isto e aquilo.
(A Maldição do Espelho)

* É muito difícil, com a srta. Hartwell, saber onde acaba a narrativa e começam as acusações. (Assassinato na Casa do Pastor)

* Miss Marple, ignorando essas considerações da Sra. Bantry, acrescentou:
— E, no entanto, você sabe, correm muitos boatos por aí.
(Um Corpo na biblioteca)

* — Ele era uma criancinha adorável em seu banho.
— Há uma linda fotografia do assassino de Cheviot quando criança, no jornal de domingo passado — disse Miss Marple.
(Um Corpo na biblioteca)



6. Não deixar uma pessoa escapar até ela escutar tudo o que você tem a dizer.



Geraldine MacEwan como Miss Marple


* Ao atravessar o portão, fui agarrado. A srta. Hartwell é perita em agarrar as pessoas, de uma maneira brusca e incômoda.
(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* Eu queria falar com a Megan. Tinha querido falar com ela o dia todo. Apressei o passo. Mas ao chegar junto delas, a Megan virou-se e foi-se embora na outra direção. Fiquei irritado e queria ir atrás dela, mas Miss Marple bloqueou-me o caminho.
 (A Mão Misteriosa)

* A caminho de casa, encontrei a srta. Hartwell, que me prendeu pelo menos por dez minutos, reclamando com sua voz grave. (Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)


7. Usar uma boa dose de malícia ao fazer mexericos e falar mal dos outros.



Angela Lansbury como Miss Marple



* — Será que há mesmo alguma coisa entre Lawrence Redding e Lettice Protheroe? — indagou a srta. Wetherby. — Certamente parece que há.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Aquela que fica deitada no jardim, praticamente nua?
(Srta. Hartwell em Um Corpo na biblioteca)

* – A empregadinha da casa do Sr. Harbottle, por exemplo. Uma mocinha muito vulgar.
(Miss Marple em Um Corpo na biblioteca)

* — Essas moças são umas sonsas — lastimou a sra. Price Ridley.
— (...) Ele é um bonito rapaz.
— Mas sem moral — afirmou a srta. Hartwell. — Tem de ser. Um artista! Paris! Modelos! Nus!
— Pintar um quadro dela de maiô! — disse a sra. Price Ridley. — Não fica bem.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* Ela é uma mulher muito tola  disse ela  Gosta de se exibir. Vai apanhar ervas e coisas assim na lua cheia e tem o cuidado de fazer com que toda a gente fique sabendo.
 E as moças tontas vão consultá-la, suponho? - disse Miss Marple.
(A Mão Misteriosa)

* — É revoltante! Ele deve ser pelo menos vinte e cinco anos mais velho do que ela.
(Srta. Hartwell em Assassinato na Casa do Pastor)

* — Você conhece aquela mulher horrorosa que anda com Basil Blake? – perguntou a srta. Wetherby.
— Aquela loura de cabelos horrivelmente oxigenados? — a Srta. Hartwell estava um tanto atrasada, pois não passara ainda do oxigenado para o platinado.
(Um Corpo na biblioteca)

— Será que há mesmo alguma coisa entre Lawrence Redding e Lettice Protheroe? — indagou a srta. Wetherby. — Certamente parece que há.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* A Srta. Wetherby foi a primeira a espalhar a notícia inebriante. Entrou toda afobada na casa de sua amiga e vizinha, a Srta. Hartwell.
(Um Corpo na biblioteca)


Geraldine MacEwan como Miss Marple


* Três vozes femininas soaram ao mesmo tempo, fazendo comentários estapafúrdios sobre o passeio dos meninos do coro, o incidente lamentável na última reunião das mães e as correntezas de ar na igreja.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Um pouco semelhante a Jesie Golden, a filha do padeiro —acrescentou Miss Marple. — Ela treinava para ser babá e se casou com o filho do dono da casa.
(Um Corpo na biblioteca)

* Estava no portão da frente, aonde fora um minuto ou dois, diz ela que para tomar ar. Muito pouco provável, na minha opinião; o mais provável é que estivesse esperando o rapaz da peixaria, se é que se pode chamar aquilo de rapaz, um garoto atrevido, pensa que porque tem dezessete anos pode mexer com todas as moças.
(Sra. Price Ridley em Assassinato na Casa do Pastor)

* — Na época de hoje, uma moça pode ter uma ocupação da mesma maneira que um homem.
— Para vir trabalhar fora da cidade? E ficar no mesmo hotel? —retrucou a sra. Price Ridley em voz severa.
A srta. Wetherby murmurou baixinho para Miss Marple:
— E os quartos são todos no mesmo andar...
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Acredita mesmo que ela quer se casar com aquele careca aborrecido?
— Dizem que ele está muito bem financeiramente — observou Miss Marple.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Que mulher ruim! — exclamou a srta. Hartwell com justa raiva.
— Infelizmente, era muito devassa.
— E o Coronel Bantry... parecia um homem tão quieto...
— Os quietos muitas vezes são os piores, assim afirma Jane Marple — disse a Srta. Wetherby picantemente.
(Um Corpo na Bibioteca)


Ita Ever como Miss Marple



* — Se aconteceu alguma coisa? — a Sra. Price Ridley repetiu a pergunta dramaticamente. — Um escândalo horroroso! Ninguém poderia imaginar isso. Uma mulher devassa, completamente despida, estrangulada na casa do Coronel Bantry.
(Um Corpo na biblioteca)

* — Oh, minha querida! — disse Miss Marple. — Acho que os casados são os piores. Lembre-se da pobre Mollie Carter.
— Homens casados que vivem separados de suas esposas são, é claro, desacreditados — afirmou a srta. Wetherby.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* E que barulho ele fez por causa do namoro de sua filha com o jovem Bailey! No final das contas, era a sirigaita da mulher dele.
(Miss Marple em Assassinato na Casa do Pastor)

* A srta. Wetherby comentou rispidamente: — Nenhuma moça direita faria isso.
— Faria o quê? — perguntei.
— Ser secretária de um homem solteiro — esclareceu a srta. Wetherby com uma voz horrorizada.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* — Sempre o julguei muito burro — volveu Miss Marple. — Esse tipo de homem que, quando põe uma ideia na cabeça, ninguém consegue convencer de outra coisa.
(Assassinato na Casa do Pastor)



8. Manter informantes em todos os lugares possíveis – e em alguns impossíveis também!


Mary Whithacker como Mrs. Wetherby


* — Vamos dizer que foi um passarinho que me contou. Isso é seguro, não é? (...) — Bem, esse passarinho me contou que viu uma certa senhora, cujo nome não posso dizer.
(Assassinato na Casa do Pastor)

* A Sra. Price Ridley estava entre as últimas a saber da notícia. (...) Sua informante foi sua empregadinha Clara.
— Você disse uma mulher, Clara? Encontrada morta no tapete do Coronel Bantry?
— Sim. E dizem que estava completamente nua, sabe, nuazinha.
(Um Corpo na biblioteca)

* Como estava dizendo, minha empregada Clara estava no portão e ouviu um espirro. (...) — Ouviu um espirro no dia do assassinato, numa hora em que não havia ninguém em sua casa.
(Sra. Price Ridley em Assassinato na Casa do Pastor)

* Discou numa rápida sucessão para a casa paroquial, para a Sra. Price Ridley, para Miss Hartwell, Miss Wetherby e, em último recurso, para o peixeiro que, em virtude de sua vantajosa situação geográfica, sabia geralmente onde se encontrava todo mundo na aldeia.
(Um Corpo na biblioteca)

* O velho Ashe fez uma pausa, recuperou o fôlego, e continuou:
— O Jim Huggins garantiu que a srta. Blacklock não guarda muito dinheiro em casa; ele deve saber, porque é a mulher dele que vai lá todo dia arrumar a casa, e aquela velha sabe de tudo que acontece por perto dela. Abelhuda, sabe como é?
(Convite para um Homicídio)

* — É preciso que o senhor compreenda que ouvi isso de fonte segura.
Em St. Mary Mead a fonte segura é sempre a empregada de alguém.
(Assassinato na Casa do Pastor)

E isso é uma grande verdade — disse Miss Marple. — É impressionante a rapidez com que as notícias correm. Em parte são os empregados, mas não pode ser apenas isso; temos tão poucos empregados hoje em dia. Mas há essas mulheres que trabalham por hora, e até que devem ser piores, porque vão de casa em casa, espalhando as novidades.
(Convite para um Homicídio)



9. Reclamar do progresso e dos novos tempos.


Julia Mackenzie como Miss Marple


* E é você mesma que deve pegar a cesta e andar por ali procurando as coisas. Às vezes gasta-se quinze minutos para encontrar tudo que se quer, e é tudo empacotado em tamanhos inconvenientes, muito pouco ou em excesso. E então se tem que esperar para pagar em uma longa fila quando se vai embora. Muito cansativo.
(Maldição do Espelho)

É um outro sinal dos tempos — disse Miss Marple. — Hoje, é muito comum a gente não conhecer os parentes mais jovens. Antigamente, quando havia reuniões de família, isso seria impossível.
(Convite para um Homicídio)

* — Montes de coisas de que ninguém nunca ouviu falar — exclamava A srta. Hartwell. — Todos aqueles enormes pacotes de cereais, em vez de se cozinhar para uma criança uma refeição apropriada de  toucinho e ovos.
(A Maldição do Espelho)

* Sempre achei esses médicos jovens muito novidadeiros. Fazem a gente arrancar todos os dentes, tomar uma porção de remédios estranhos e acabam por nos tirar as tripas, antes de confessar que não sabem o que a gente tem. Eu prefiro os remédios antiquados, naqueles vidros escuros de farmácia. Afinal, esses sempre se podem derramar na pia.
(Miss Marple em Convite para um Homicídio)



10. Insistir no que quer, pouco importa se está amolando os outros.


Margaret Tutherford como Miss Marple


* — Senhoras de idade são muitos cacetes — afirmou a sra. Lestrange. — Especialmente a srta. Hartwell. Deve ter tocado a campainha pelo menos meia dúzia de vezes antes de desistir.
(Sra. Lestrange em Assassinato na Casa do Pastor)

* — Bati na porta e toquei a campainha — explicou. —Duas vezes. Talvez mais. E me ocorreu de repente que talvez a campainha não estivesse funcionando.
(Srta. Hartwell em Assassinato na Casa do Pastor)



11. Ajudar os pobres, mesmo que eles não queiram.


Rosalie Crutchley como Mrs Price-Ridley


* E quatro dos meus paroquianos mais pobres declararam revolta aberta contra a srta. Hartwell, que veio se queixar mim, furiosa. (Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* A Srta. Hartwell tinha um timbre de voz muito baixo e visitava os pobres infatigavelmente, por mais que eles procurassem evitar seus auxílios.
(Um Corpo na biblioteca)

* A caminho de casa, encontrei a srta. Hartwell, que reclamava com sua voz grave contra a improvidência e ingratidão das classes baixas. Parecia que o xis da questão era que os pobres não queriam a srta. Hartwell em sua casa. Meus sentimentos estavam todos com eles.
(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* A srta. Hartwell, que é uma mulher acabada, porém alegre e muito temida pelos pobres...
(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)



12. Considerar-se um exemplo de virtude e bons modos cristãos – ainda que não seja bem assim...


Julia Mackenzie como Miss Marple



* A srta. Hartwell ficou ainda mais vermelha. Se não fosse uma pessoa tão agressiva, diria que estava encabulada.
(Pastor Clement em Assassinato na Casa do Pastor)

* — Não queria enfiar meu cartão pela abertura das cartas. Não seria delicado, e eu posso ser muita coisa, mas nunca fui grosseira. – Ela fez essa espantosa declaração sem pestanejar.
(Srta. Hartwell em Assassinato na Casa do Pastor)