segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Especial NATAL - A MAGIA DO NATAL CONTADA POR AGATHA CHRISTIE









AQUELES  MARAVILHOSOS  E  INESQUECÍVEIS  NATAIS


Eu adoro o Natal! E, apesar de morar em um país tropical no Hemisfério sul, em uma cidade – Rio de Janeiro – cujas temperaturas passam facilmente dos 40º C, ainda assim, sempre me deixo contagiar por sua magia. E pelas lembranças de um friozinho delicioso, de neve e pinheiros, de casas com telhados inclinados, de luzinhas por todos os lados e guirlandas e estrelas, de papais Noéis e trenós e renas, de enfeites imitando flocos de neve, do vermelho e do verde e do branco predominando em tudo,






do cheirinho de biscoitos de canela, dos bolos de nozes e de tantos outros doces, do chocolate quente e da gemada com rum e dos frapes de café com cubinhos de marshmallows boiando, de velas acesas e lareiras e chaminés, de gorros vermelhos e cachecóis, de esquis e do barulhinho de guizos e sininhos, das doces canções de Natal. Podem me chamar de antiquada à vontade! Amo tudo isso. E quem pode dizer que não gosta?






Agatha Christie também adorava o Natal! Especialmente quando era criança. Já publiquei um artigo no qual reproduzo as lembranças da escritora dos Natais de sua infância, contadas na Autobiografia. (http://agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2015/12/especial-natal-agatha-christie-relembra.html ).



Londres decorada para o Natal


Ocorre que ela gostava tanto do Natal que fez questão, em seu livro A Aventura do Pudim de Natal, de escrever uma longa dedicatória, recheada de mais lembranças dos Natais de sua juventude. E é esta dedicatória deliciosa que reproduzo a seguir – afinal, para os apaixonados pela magia do Natal, vivenciá-la novamente nunca é demais.




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“A CEIA DE NATAL ATINGIA PROPORÇÕES COLOSSAIS”






A Aventura do Pudim de Natal é um deleite para mim mesma, uma vez que me faz lembrar, com prazer enorme, dos Natais de minha juventude. Depois da morte de meu pai, minha mãe e eu sempre passávamos o Natal com a família de meu cunhado, no norte da Inglaterra — e que Natais soberbos para a mente de uma criança!

Em Abney Hall havia de tudo! O jardim ostentava uma cascata, um riacho e um túnel sob a passagem para os carros! A ceia de Natal atingia proporções colossais.




“QUE  MARAVILHA  SER  UMA  CRIANÇA  GULOSA  DE  ONZE  ANOS!”






Eu era uma criança magricela, aparentando delicadeza, mas, na verdade, tinha uma saúde de ferro e estava permanentemente faminta! Os meninos da família e eu costumávamos competir para ver quem conseguia comer mais no dia de Natal. Sopa de Ostra e Linguado eram devorados com excessivo prazer, mas depois vinham Peru Assado, Peru Cozido e um enorme Filé. 






Os meninos e eu comíamos dois pratos de todos os três quitutes! Depois serviam Pudim de Passas, Tortas de Frutas, Bolo de Amêndoas, todos os tipos de sobremesa. Durante a tarde, comíamos chocolate a valer. Em momento algum nos sentíamos enjoados. Que maravilha ser uma criança gulosa de onze anos!




“DIA DE NATAL É, ATÉ HOJE NA MINHA VELHICE, UMA LEMBRANÇA MARAVILHOSA!”







Que delícia era o dia de pôr as “Meias” junto da cama, pela manhã, e depois a Igreja e os hinos de Natal, a ceia de Natal, os Presentes e, finalmente, o acender das luzinhas da Árvore de Natal!






E quão profunda a minha gratidão à bondosa e hospitaleira anfitriã, que devia trabalhar tão arduamente, que o Dia de Natal é, até hoje na minha velhice, uma lembrança maravilhosa. Então, deixem-me dedicar este livro à memória de Abney Hall — à sua bondade e hospitalidade.

Agatha Christie

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