quinta-feira, 1 de maio de 2014

Poirot: Bigodes & Bengala - POIROT: CONSELHEIRO SENTIMENTAL (??!!)


COMO POIROT PODE SALVAR SEU CASAMENTO


Não, queridos leitores, não se trata de uma piada – a princípio. Nem tão pouco de uma nova seção de autoajuda nesta revista-blog, não se preocupem!

Estava eu fazendo umas pesquisas na net quando me deparo subitamente com um artigo publicado no Dailymail on line (link ao final) com o título acima. Pelos bigodes de Poirot, o que será que eles estão inventando agora?!!


UM MANUAL PARA OS CASADOS E ATRELADOS

David Suchet como Hercule Poirot

Sabemos que Hercule Poirot, o famoso detetive belga criado por Agatha Christie, é frio e imparcial diante dos criminosos que enfrenta, mas, por outro lado, fica com o coração mole e age com simpatia e até ternura diante dos apaixonados, muitas vezes ajudando-os a se entenderem com seus amados.

O artigo escrito por Kerry Hiatt, porém, não menciona nada sobre isso. Trata na verdade do livro intitulado Marriage Rules: A Manual For The Married And Coupled Up (Regras para o Casamento: Um Manual para os Casados e Atrelados), Gotham Books, escrito pela Drª Harriet Lerner, e que apresenta 100 regras detalhadas de como reanimar e provocar uma mudança em um casamento que está desgastado pela rotina e pelos problemas cotidianos.

Conforme argumenta a Drª Lerner:
Basta um membro do casal para provocar uma mudança positiva na relação. Mas o modo mais rápido para acabar com um casamento é ficar esperando que o outro mude a si mesmo. (Hum, até que faz sentido...)
Assim, a articulista decidiu pinçar cinco entre as 100 regras e colocá-las em prática em seu próprio relacionamento, para depois escrever o artigo com suas experiências a respeito. As regras que escolheu foram:

Cuidado: alerta de machismo e ideias antiquadas!

1) Só faça 1 crítica ao seu marido por dia – ninguém gosta de ser constantemente criticado;

2) Fale menos: a regra das 3 frases – os homens não gostam muito de falar;

3) Esbanje elogios a ele e lave os pratos – não espere que ele ajude sempre com as prendas domésticas;

4) Malhe em ferro frio – discutir assuntos tensos quando os ânimos estão calmos;

5) Finja que vocês tem um convidado no quarto de hóspedes.


Ok, ok, mas, o que Hercule Poirot tem a ver com tudo isso??

Resposta: para Kerry Hiatt, a regra n° 5 só funcionou direito quando ela imaginou que o convidado dormindo no quarto ao lado era o Poirot!


UN É POUCO, DEUX É BOM, TROIS É MELHOR!

David Suchet como Hercule Poirot

De acordo com a Drª Lerner, os membros de um casal podem tratar a moça do caixa do supermercado ou o frentista muito melhor do que tratam seus pares. Da mesma forma, quando têm visitas em casa, tendem a ser mais respeitosos e até amorosos um com o outro. De qualquer forma, eles não querem que o convidado presencie uma cena constrangedora ou que descubra que eles não vivem em um mar de rosas.

Assim, Kerry Hiatt relata que usou diferentes personagens, mas somente quando imaginou que Hercule Poirot estava dormindo no quarto ao lado, a regra deu certo. O que o detetive belga iria pensar se a escutasse discutindo com o marido sobre bobagens?

Eu acredito que ele certamente ficaria muito irritado. Além disso, mesmo sendo extremamente educado, também sabe ser firme e direto, e com certeza, iria lhe passar uma compostura qualquer que a deixaria morrendo de vergonha! Poirot tem muita experiência em lidar com as mais diferentes pessoas e conhece muito bem a natureza humana, mas também não tem muito apreço por tolices e coisas que levam à desarmonia ou à desorganização – ainda que sejam no nível emocional.


MON DIEU, VOCÊ ESTÁ ME FAZENDO PERDER O MEU PRECIOSO TEMPO, MON AMI!

David Suchet como Hercule Poirot

Agora, outra coisa na qual eu também acredito é que Hercule Poirot, inteligentíssimo e ocupado como é, ficaria ainda mais irritado ao perceber imediatamente que aquele título do artigo publicado no Dailymail on line utilizando o seu famoso nome nada mais foi do que uma esperta jogada de marketing!

Tudo para aguçar a curiosidade das pessoas que o admiram – como eu e você – e para que interrompêssemos o que estávamos fazendo só para lê-lo. E pior! - para fazer com que eu não resista a tentação de gastar ainda mais células cinzentas escrevendo este artigo sobre aquele outro e submetendo-o a vocês, meus queridos leitores desta revista blog!

Pardon s’il vous plait, mês amis!

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