sábado, 11 de outubro de 2014

ENTRE ASPAS - A CRIANÇA AGATHA E SUAS TRAQUINAGENS


FAZENDO ARTE DESDE PEQUENA


Agatha quando menina e seu cãozinho


Ser criança também é aprontar das suas, fazer peraltices ou traquinagens, como se diz, não é mesmo? E a menina Agatha Christie não podia ter sido diferente!

Como publicação especial pelo DIA DAS CRIANÇAS, resolvi compartilhar com os leitores desta blogazine algumas das lembranças de Agatha Christie sobre sua infância, escrita por ela mesma na Autobiografia.

Escolhi duas passagens bem divertidas, nas quais a escritora narra algumas das muitas peraltices que fez em companhia de suas duas amigas inseparáveis: as irmãs Dorothy (Dar) e Mary Selwyn, todas com idades próximas, na época em que morou no Hotel  Beauséjour, em Pau. 

Coisas como atazanar a vida dos empregados, trocando o açúcar pelo sal, ou deixar as mães de cabelos em pé, equilibrando-se no parapeito das janelas do hotel. Agatha menina realmente foi muito arteira!!



A MENINA AGATHA E SUAS AMIGAS:

“A PRAGA DOS INFORTUNADOS EMPREGADOS”


Entregue a mim própria, eu era  uma criança  boa,  bem comportada e obediente; na companhia de outras crianças, porém, estava sempre pronta a fazer qualquer tolice. Nós três passamos a ser a praga dos infortunados empregados.

Uma noite, trocamos o sal por açúcar em todos os saleiros. Um dia, recortamos pequenos porcos em cascas de laranja e os colocamos nos pratos de todo mundo, justamente antes que se tocasse o gongo anunciando a refeição.
(...)


“AS MENINAS ESTÃO CAMINHANDO NO PARAPEITO DO

 QUARTO ANDAR”


Minha mãe e a sra. Selwyn estavam sentadas perto uma da outra,  conversando  tranquilamente,  quando  uma  arrumadeira lhes  levou  uma  mensagem: 

“Recebam os cumprimentos da senhora belga que mora na outra ala do hotel, e que pergunta se as senhoras  têm  conhecimento  de  que  as  meninas  estão caminhando no parapeito do quarto andar”.

Pode-se imaginar a sensação das duas mães quando saíram para o pátio  e,  olhando  para  cima,  avistaram  as  três  alegres figuras  equilibradas  em  uma  balaustrada  com  pouco  mais  de trinta  centímetros  de  largura,  e  caminhando  em  fila  indiana. 

A ideia  de  que  corríamos  perigo  não  passou  por  nossas  mentes. Estivéramos implicando com uma das arrumadeiras, que conseguira  enfiar-nos em um armário onde  guardavam as vassouras e fechar-nos à chave. Nossa indignação foi grande. Que poderíamos fazer?

Havia uma janela minúscula nessa espécie de armário, e Dar, esticando o pescoço para fora da janela, achou possível sairmos por ela e, caminhando pela balaustrada, dar a volta à quina e entrar por outra janela. Imediatamente, pusemo-nos em ação.



“NINGUÉM NOS DISSE QUE NÃO DEVERÍAMOS CAMINHAR

 PELA BALAUSTRADA!”


Não sei se olhamos para baixo, mas suponho que, se o fizemos, não sentimos a menor tonteira, nem nos pareceu que corríamos risco de cair. (...)

Com grande surpresa nossa, enfrentamos  a  intimação:  “Desçam imediatamente  aos  aposentos  da  sra.  Selwyn”.  Ambas  as  mães estavam  excessivamente  zangadas.  Não  entendíamos  por  quê. Fomos mandadas para a cama pelo resto do dia. Nossa defesa não foi aceita. No entanto, era verdadeira.


“Ninguém nos disse”, respondemos, cada uma de nós por sua  vez, “não nos disseram que não deveríamos caminhar pela balaustrada!”


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FELIZ  DIA  DAS  CRIANÇAS!




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