FAZENDO ARTE DESDE PEQUENA
Agatha quando menina e seu cãozinho |
Ser
criança também é aprontar das suas, fazer peraltices ou traquinagens, como se
diz, não é mesmo? E a menina Agatha Christie não podia ter sido diferente!
Como publicação especial pelo DIA DAS CRIANÇAS, resolvi compartilhar com os leitores desta blogazine algumas das lembranças de
Agatha Christie sobre sua infância, escrita por ela mesma na Autobiografia.
Escolhi
duas passagens bem divertidas, nas quais a escritora narra algumas das muitas
peraltices que fez em companhia de suas duas amigas inseparáveis: as irmãs Dorothy
(Dar) e Mary Selwyn, todas com idades próximas, na época em que morou no Hotel Beauséjour, em Pau.
Coisas como atazanar a
vida dos empregados, trocando o açúcar pelo sal, ou deixar as mães de cabelos
em pé, equilibrando-se no parapeito das janelas do hotel. Agatha menina realmente foi muito arteira!!
A
MENINA AGATHA E SUAS AMIGAS:
“A
PRAGA DOS INFORTUNADOS EMPREGADOS”
Entregue
a mim própria, eu era uma criança boa,
bem comportada e obediente; na companhia de outras crianças, porém, estava
sempre pronta a fazer qualquer tolice. Nós três passamos a ser a
praga dos infortunados empregados.
Uma
noite, trocamos o sal por açúcar em todos os saleiros. Um dia, recortamos
pequenos porcos em cascas de laranja e os colocamos nos pratos de todo mundo,
justamente antes que se tocasse o gongo anunciando a refeição.
(...)
“AS
MENINAS ESTÃO CAMINHANDO NO PARAPEITO DO
QUARTO ANDAR”
Minha
mãe e a sra. Selwyn estavam sentadas perto uma da outra, conversando
tranquilamente, quando uma
arrumadeira lhes levou uma
mensagem:
“Recebam
os cumprimentos da senhora belga que mora na outra ala do hotel, e que pergunta
se as senhoras têm conhecimento
de que as meninas
estão caminhando no parapeito do quarto andar”.
Pode-se
imaginar a sensação das duas mães quando saíram para o pátio e,
olhando para cima,
avistaram as três
alegres figuras equilibradas em
uma balaustrada com
pouco mais de trinta
centímetros de largura,
e caminhando em
fila indiana.
A
ideia de
que corríamos perigo
não passou por
nossas mentes. Estivéramos
implicando com uma das arrumadeiras, que conseguira enfiar-nos em um armário onde guardavam as vassouras e fechar-nos à chave.
Nossa indignação foi grande. Que poderíamos fazer?
Havia
uma janela minúscula nessa espécie de armário, e Dar, esticando o pescoço para
fora da janela, achou possível sairmos por ela e, caminhando pela balaustrada,
dar a volta à quina e entrar por outra janela. Imediatamente, pusemo-nos em
ação.
“NINGUÉM
NOS DISSE QUE NÃO DEVERÍAMOS CAMINHAR
PELA BALAUSTRADA!”
Não
sei se olhamos para baixo, mas suponho que, se o fizemos, não sentimos a menor
tonteira, nem nos pareceu que corríamos risco de cair. (...)
Com
grande surpresa nossa, enfrentamos
a intimação: “Desçam imediatamente aos
aposentos da sra.
Selwyn”. Ambas as
mães estavam excessivamente zangadas.
Não entendíamos por
quê. Fomos mandadas para a cama pelo resto do dia. Nossa defesa não foi
aceita. No entanto, era verdadeira.
“Ninguém nos disse”,
respondemos, cada uma de nós por sua
vez, “não nos disseram que não
deveríamos caminhar pela balaustrada!”
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FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!
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