Julia McKenzie como Miss Marple |
PÉROLAS DE
SABEDORIA DE MISS MARPLE
(parte 3)
Ah,
nossa adorável velhinha detetive: uma hora doce, outra, mordaz; uma hora
atrapalhada, outra, sagaz; uma hora
frágil; outra, corajosa; uma hora enrubescendo modesta, outra, rindo-se
orgulhosa; uma hora dizendo-se uma tola, outra, a mais esperta entre todos!
Porém, há uma constante: Miss Marple é uma mulher sábia.
Seja pela experiência de vida, seja por sua personalidade observadora e perspicaz, Miss Marple sempre tem um conselho para quem dele precisa ou um comentário sobre a situação. Fui anotando as sábias frases da velhinha, fossem conselhos, simples
constatações, conversas ou pensamentos. Em seguida, organizei as frases em 14
temas distintos, os quais publicarei em 3 postagens:
PARTE 1: o que Miss Marple tem
a nos dizer sobre:
- ASSASSINOS
- CRIMES
- A NATUREZA HUMANA
- PROFISSÕES
PARTE 2: O que Miss Marple tem
a nos dizer sobre:
RAPAZES & HOMENS
MOÇAS & MULHERES
OS JOVENS
CASAMENTO
FAMÍLIA
http://agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2018/04/miss-marple-cha-bolinhos-perolas-de_25.html
PARTE 3: O que Miss Marple tem
a nos dizer sobre:
ALDEIAS E CIDADES PEQUENAS:
MEXERICOS
SI MESMA:
A VIDA:
PÍLULAS
DE SABEDORIA
É
especialmente para você que é super fã de Miss Marple que eu dedico este
trabalho. E espero, é claro, que todos se divirtam tanto lendo e imaginado
nossa adorável velhinha dizendo estas coisas como eu me diverti fazendo a
pesquisa e produzindo estas postagens!
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O QUE MISS MARPLE TEM A NOS DIZER
SOBRE...
Joan Hickson como Miss Marple |
... ALDEIAS E CIDADES
PEQUENAS:
— A gente vê tantas coisas ruins numa
aldeia.
— Temos tão pouco de que falar no
campo!
—
Uma pessoa que viva numa aldeia o ano todo compreende muita coisa da natureza
humana.
—
Não se pode guardar segredos em St. Mary Mead.
—
Você provavelmente se surpreenderia com as coisas
que acontecem num "lugarejo puro e tranquilo”.
— A
natureza humana é a mesma em toda parte. Naturalmente uma pessoa tem
oportunidades de observá-la mais de perto, numa vila.
— As pessoas não são tão tolas. Não nas
cidades.
— Hoje em dia em toda parte há ruído, não é? Até
mesmo em St. Mary Mead. A aldeia fica bem perto de um aeroporto, sabe? O jeito
como aqueles jatos voam sobre nós é realmente assustador.
—
Há quinze anos, a gente sabia quem era todo
mundo.
Joan Hickson como Miss Marple |
... MEXERICOS:
— O povo repara tanto nos mais ínfimos
detalhes.
—
Todas as mulheres de idade são bisbilhoteiras.
Teria sido muito esquisito, e mais fácil de provocar desconfianças, se eu não
metesse um pouco o nariz onde não sou chamada.
— É bastante fácil difundir um rumor. Sim,
muito fácil. Eu tive ocasião de comprová-lo mais de uma vez virtualmente.
— Mas não devo começar com mexericos. Não
existe nada mais tedioso do que a gente ficar falando de lugares e pessoas que
os outros nunca viram nem sabem nada a respeito.
— As
pessoas falam demais.
— Concordo em que o mexerico é errado e até
cruel, mas quase sempre é verdadeiro, não é?
—
Não havia graça em se envolver em escândalos hoje em dia. Apenas homens e
mulheres trocando de amantes, e chamando atenção para si próprios, ao invés de
tentarem decentemente abafá-los e se envergonharem de suas próprias ações.
— As conversações são sempre perigosas...
quando se tenta ocultar isto ou aquilo.
— Como esqueço facilmente o que me contam
não me importa escutar um relato pela segunda vez.
— Está claro que não se deve dar ouvidos a
mexericos de empregados, mas receio que uma velha como eu anda sempre
interessada em saber coisas a respeito do pessoal desta casa.
— A gente repete para novas pessoas o
falatório, que se propaga, que se amplia inclusive, que corre com a velocidade
de um rastilho de pólvora.
— Ninguém acreditava no que eu dizia! Nem a polícia,
nem o pessoal da ferrovia, nem ninguém mais. É muito aborrecido não nos darem
crédito.
— É
impressionante a rapidez com que as notícias correm.
Julia McKenzie como Miss Marple |
... SI MESMA:
— Não sei como é, mas tenho o dom de me
meter em coisas que realmente não me dizem respeito. Em crimes e
acontecimentos estranhos, quero dizer.
—
Sei um pouco mais do que possa pensar.
— Minha
mente é um esgoto, como costuma dizer meu sobrinho Raymond. Mas sempre
respondo: o esgoto é uma utilidade doméstica essencial e, aliás, muito
higiênica.
— A impressão que eu tenho é que trago na cara cada
minuto que vivi.
— Nunca fui partidária da abstinência. Um
drinque mais forte é sempre aconselhável nas premissas de casos em que há
choques ou acidentes. Inestimável em algumas ocasiões.
— Às
vezes encontro certa dificuldade em me exprimir com clareza.
— Como
já lhes disse, sou muito propensa à suspeição. Meu sobrinho Raymond me diz (é
claro que por brincadeira e afetuosamente) que minha mente é como uma fossa;
que, aliás, é assim a mente da maioria dos vitorianos. Tudo que posso dizer é
que os vitorianos conhecem muito a natureza
humana.
—
Não sei por que decidiu que penso em crimes o tempo todo.
—
A maioria das pessoas confia demais neste mundo mau. Acreditam no que lhes
dizem. Eu não. Sinto muito, mas gosto sempre de
provar as coisas por mim mesma.
— Eu prefiro os remédios antiquados, naqueles
vidros escuros de farmácia. Afinal, esses sempre se podem derramar na pia.
— De mim não fariam o menor caso. Todos
afirmariam que sou uma velha dada a imaginar coisas.
—
Admiro a coragem.
—Nós duas fomos educadas para cumprirmos o nosso
dever, não fomos?
— Eu receio não ser inteligente, mas tenho
vivido todos esses anos em St. Mary Mead, e isso me dá uma certa compreensão da
natureza humana.
— É verdade que eu tenho levado uma vida
que se diria muito monótona. Mas adquiri grande experiência ao resolver vários
pequenos problemas que surgiram.
— O
senhor não tem a experiência que tenho com moças que mentem.
—
Eu adoro ser útil a outros de uma forma ou outra. Na minha idade, você sabe,
tem-se às vezes a impressão de que não serve para nada.
— Francamente, eu não tenho talento algum (mas não
tenho, mesmo), a não ser, talvez, um certo conhecimento da natureza humana.
— Embora seja velha, não sou uma criança retardada.
— Acho que vai achar tolice minha ficar
lendo tudo isto, mas as pessoas querem tanto ficar por dentro das coisas e, naturalmente, não é sentada em casa que
vou saber das coisas como gostaria.
— Não fico chocada muitas vezes, você
sabe, mas isto realmente me choca um pouco.
— Sempre achei que as pessoas têm uma tendência a
confiar demais nos outros. E eu sempre tive uma tendência a esperar o pior. Não
é muito bonito, eu sei... mas o problema é que geralmente tenho razão.
—
Eu creio que não possuo a experiência suficiente para tais julgamentos. A minha
vida foi muito caseira.
—
Eu faço isso com a máxima hesitação,
porque sei que estou muito velha e meio caduca, e acho até que minha ideia pode
não ter o mínimo valor.
— Talvez
eu não devesse ter essa sensação, mas é muito gratificante armar uma teoria e
ter provas de sua exatidão!
— Posso
lhe garantir, inspetor, que sei tomar conta de mim mesma muito direitinho.
— Mas
é lógico que de uma velha que nem eu, que dispõe de todo o tempo do mundo, como
se diz, a gente espera realmente que fale uma porção de coisas
desnecessárias.
— Estou muito
velha para aventuras.
Geraldine McEwan como Miss Marple |
A VIDA:
—
A vida tem muito mais valor, tem mais interesse quando estamos a ponto de
perdê-la.
— Pobre Sr. Jefferson. Que história triste.
Esses acidentes terríveis. Deixá-lo vivo, aleijado, parece ter sido mais cruel do que
se tivesse morrido também.
— Sim, foi perigoso, mas não fomos postos neste mundo para
evitar o perigo quando está em jogo a vida de um nosso semelhante. Compreende?
—
E realmente não me incomodo com o fato de estar envelhecendo. É a menor das
indignidades.
— Não
se pode viver eternamente encerrado entre quatro paredes.
— A gente não pode nunca voltar atrás, que
não deve tentar voltar atrás... Que a essência da vida é andar para diante. A
vida é na realidade uma rua de mão única.
— Só os velhos sabem quão valiosa é a vida, quão interessante
resulta...
— Se acontecer algo... de ruim na sua
vida... eu acho que a melhor coisa seria voltar para onde foi feliz em criança.
— A gente precisa de muita coragem para
enfrentar a vida.
Geraldine McEwan como Miss Marple |
PÍLULAS DE SABEDORIA:
— O fato é espantoso, mas não é impossível.
— E muito difícil, sabe, ver uma pessoa através
dos olhos de outra...
— Creio que é importante que todos
sejam felizes.
— Se você não vê o significado de uma
coisa, é porque você deve estar olhando-a do modo inverso.
— Mas o importante, sabe, é que a maldade
não triunfe.
— A verdade é clara como o dia, se ao
menos eu pudesse vê-la. São as nuvens que estão atrapalhando...
— Sabe,
eu sempre acho que é melhor abordar um assunto aos poucos.
— O
dinheiro pode fazer muito para suavizar os nossos sacrifícios.
— No
meu tempo era considerado falta de educação tomar Remédios às refeições, da
mesma forma que assoar o nariz na mesa de jantar.
— É estranho como a gente tem impressões
erradas, às vezes, não é?
— Afinal de contas, há tempo para tudo.
— Creio que a gente
precisa aceitar as mudanças.
— Quando a gente olha apenas para um lado de uma
coisa, só se vê aquele lado. Mas se a gente consegue chegar a uma conclusão
sobre o que é realidade e o que é ilusão, tudo se explica com a maior clareza.
Excelente. Fã de Miss Marple.
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