terça-feira, 3 de setembro de 2024

MISS MARPLE: CHÁ & BOLINHOS - Pérolas de Sabedoria de Miss Marple (parte 3)




Julia McKenzie como Miss Marple



PÉROLAS   DE   SABEDORIA  DE  MISS  MARPLE 

(parte 3)



Ah, nossa adorável velhinha detetive: uma hora doce, outra, mordaz; uma hora atrapalhada, outra, sagaz;  uma hora frágil; outra, corajosa; uma hora enrubescendo modesta, outra, rindo-se orgulhosa; uma hora dizendo-se uma tola, outra, a mais esperta entre todos! Porém, há uma constante: Miss Marple é uma mulher sábia.


Seja pela experiência de vida, seja por sua personalidade observadora e perspicaz, Miss Marple sempre tem um conselho para quem dele precisa ou um comentário sobre a situação. Fui anotando as sábias frases da velhinha, fossem conselhos, simples constatações, conversas ou pensamentos. Em seguida, organizei as frases em 14 temas distintos, os quais publicarei em 3 postagens:



PARTE 1: o que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

- ASSASSINOS

- CRIMES

- A NATUREZA HUMANA

- PROFISSÕES




PARTE 2: O que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

RAPAZES  &  HOMENS

MOÇAS  &  MULHERES

OS JOVENS

CASAMENTO

FAMÍLIA




PARTE 3: O que Miss Marple tem a nos dizer sobre:

ALDEIAS E CIDADES PEQUENAS:

MEXERICOS

SI MESMA:

A  VIDA:

PÍLULAS DE SABEDORIA



É especialmente para você que é super fã de Miss Marple que eu dedico este trabalho. E espero, é claro, que todos se divirtam tanto lendo e imaginado nossa adorável velhinha dizendo estas coisas como eu me diverti fazendo a pesquisa e produzindo estas postagens!



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O   QUE   MISS   MARPLE   TEM   A   NOS   DIZER   SOBRE...




Joan Hickson como Miss Marple



... ALDEIAS  E  CIDADES  PEQUENAS:



— A gente vê tantas coisas ruins numa aldeia.


— Temos tão pouco de que falar no campo!


— Uma pessoa que viva numa aldeia o ano todo compreende muita coisa da natureza humana.


— Não se pode guardar segredos em St. Mary Mead.


Você provavelmente se surpreenderia com as coisas que acontecem num "lugarejo puro e tranquilo”.


A natureza humana é a mesma em toda parte. Naturalmente uma pessoa tem oportunidades de observá-la mais de perto, numa vila.


As pessoas não são tão tolas. Não nas cidades.


Hoje em dia em toda parte há ruído, não é? Até mesmo em St. Mary Mead. A aldeia fica bem perto de um aeroporto, sabe? O jeito como aqueles jatos voam sobre nós é realmente assustador.


Há quinze anos, a gente sabia quem era todo mundo.




Joan Hickson como Miss Marple



... MEXERICOS:


O povo repara tanto nos mais ínfimos detalhes.


— Todas as mulheres de idade são bisbilhoteiras. Teria sido muito esquisito, e mais fácil de provocar desconfianças, se eu não metesse um pouco o nariz onde não sou chamada.


— É bastante fácil difundir um rumor. Sim, muito fácil. Eu tive ocasião de comprová-lo mais de uma vez virtualmente.


— Mas não devo começar com mexericos. Não existe nada mais tedioso do que a gente ficar falando de lugares e pessoas que os outros nunca viram nem sabem nada a respeito.


— As pessoas falam demais.


Concordo em que o mexerico é errado e até cruel, mas quase sempre é verdadeiro, não é?


— Não havia graça em se envolver em escândalos hoje em dia. Apenas homens e mulheres trocando de amantes, e chamando atenção para si próprios, ao invés de tentarem decentemente abafá-los e se envergonharem de suas próprias ações.


As conversações são sempre perigosas... quando se tenta ocultar isto ou aquilo.


Como esqueço facilmente o que me contam não me importa escutar um relato pela segunda vez.


Está claro que não se deve dar ouvidos a mexericos de empregados, mas receio que uma velha como eu anda sempre interessada em saber coisas a respeito do pessoal desta casa.


— A gente repete para novas pessoas o falatório, que se propaga, que se amplia inclusive, que corre com a velocidade de um rastilho de pólvora.


Ninguém acreditava no que eu dizia! Nem a polícia, nem o pessoal da ferrovia, nem ninguém mais. É muito aborrecido não nos darem crédito.


É impressionante a rapidez com que as notícias correm.



Julia McKenzie como Miss Marple


... SI MESMA:


Não sei como é, mas tenho o dom de me meter em coisas que realmente não me dizem respeito. Em crimes e acontecimentos estranhos, quero dizer.


— Sei um pouco mais do que possa pensar.


Minha mente é um esgoto, como costuma dizer meu sobrinho Raymond. Mas sempre respondo: o esgoto é uma utilidade doméstica essencial e, aliás, muito higiênica.


A impressão que eu tenho é que trago na cara cada minuto que vivi.


Nunca fui partidária da abstinência. Um drinque mais forte é sempre aconselhável nas premissas de casos em que há choques ou acidentes. Inestimável em algumas ocasiões.


— Às vezes encontro certa dificuldade em me exprimir com clareza.


Como já lhes disse, sou muito propensa à suspeição. Meu sobrinho Raymond me diz (é claro que por brincadeira e afetuosamente) que minha mente é como uma fossa; que, aliás, é assim a mente da maioria dos vitorianos. Tudo que posso dizer é que os vitorianos conhecem muito a natureza humana.


— Não sei por que decidiu que penso em crimes o tempo todo.


— A maioria das pessoas confia demais neste mundo mau. Acreditam no que lhes dizem. Eu não. Sinto muito, mas gosto sempre de provar as coisas por mim mesma.


Eu prefiro os remédios antiquados, naqueles vidros escuros de farmácia. Afinal, esses sempre se podem derramar na pia.


De mim não fariam o menor caso. Todos afirmariam que sou uma velha dada a imaginar coisas.


Admiro a coragem.


—Nós duas fomos educadas para cumprirmos o nosso dever, não fomos?


Eu receio não ser inteligente, mas tenho vivido todos esses anos em St. Mary Mead, e isso me dá uma certa compreensão da natureza humana.


É verdade que eu tenho levado uma vida que se diria muito monótona. Mas adquiri grande experiência ao resolver vários pequenos problemas que surgiram. 


— O senhor não tem a experiência que tenho com moças que mentem.


— Eu adoro ser útil a outros de uma forma ou outra. Na minha idade, você sabe, tem-se às vezes a impressão de que não serve para nada.


Francamente, eu não tenho talento algum (mas não tenho, mesmo), a não ser, talvez, um certo conhecimento da natureza humana.


— Embora seja velha, não sou uma criança retardada.


Acho que vai achar tolice minha ficar lendo tudo isto, mas as pessoas querem tanto ficar por dentro das coisas e, naturalmente, não é sentada em casa que vou saber das coisas como gostaria.


Não fico chocada muitas vezes, você sabe, mas isto realmente me choca um pouco.


Sempre achei que as pessoas têm uma tendência a confiar demais nos outros. E eu sempre tive uma tendência a esperar o pior. Não é muito bonito, eu sei... mas o problema é que geralmente tenho razão.


— Eu creio que não possuo a experiência suficiente para tais julgamentos. A minha vida foi muito caseira.


Eu faço isso com a máxima hesitação, porque sei que estou muito velha e meio caduca, e acho até que minha ideia pode não ter o mínimo valor.


Talvez eu não devesse ter essa sensação, mas é muito gratificante armar uma teoria e ter provas de sua exatidão!


Posso lhe garantir, inspetor, que sei tomar conta de mim mesma muito direitinho.


Mas é lógico que de uma velha que nem eu, que dispõe de todo o tempo do mundo, como se diz, a gente espera realmente que fale uma porção de coisas desnecessárias.


— Estou muito velha para aventuras.



Geraldine McEwan como Miss Marple



A  VIDA:


— A vida tem muito mais valor, tem mais interesse quando estamos a ponto de perdê-la.


Pobre Sr. Jefferson. Que história triste. Esses acidentes terríveis. Deixá-lo vivo, aleijado, parece ter sido mais cruel do que se tivesse morrido também.


— Sim, foi perigoso, mas não fomos postos neste mundo para evitar o perigo quando está em jogo a vida de um nosso semelhante. Compreende?


— E realmente não me incomodo com o fato de estar envelhecendo. É a menor das indignidades.


— Não se pode viver eternamente encerrado entre quatro paredes.


A gente não pode nunca voltar atrás, que não deve tentar voltar atrás... Que a essência da vida é andar para diante. A vida é na realidade uma rua de mão única.


Só os velhos sabem quão valiosa é a vida, quão interessante resulta...


— Se acontecer algo... de ruim na sua vida... eu acho que a melhor coisa seria voltar para onde foi feliz em criança.


A gente precisa de muita coragem para enfrentar a vida.



Geraldine McEwan como Miss Marple


PÍLULAS DE SABEDORIA:


O fato é espantoso, mas não é impossível.


E muito difícil, sabe, ver uma pessoa através dos olhos de outra...


Creio que é importante que todos sejam felizes.


Se você não vê o significado de uma coisa, é porque você deve estar olhando-a do modo inverso.


Mas o importante, sabe, é que a maldade não triunfe.


A verdade é clara como o dia, se ao menos eu pudesse vê-la. São as nuvens que estão atrapalhando...


Sabe, eu sempre acho que é melhor abordar um assunto aos poucos.


O dinheiro pode fazer muito para suavizar os nossos sacrifícios.


No meu tempo era considerado falta de educação tomar Remédios às refeições, da mesma forma que assoar o nariz na mesa de jantar.


É estranho como a gente tem impressões erradas, às vezes, não é?

Afinal de contas, há tempo para tudo.


— Creio que a gente precisa aceitar as mudanças.



Quando a gente olha apenas para um lado de uma coisa, só se vê aquele lado. Mas se a gente consegue chegar a uma conclusão sobre o que é realidade e o que é ilusão, tudo se explica com a maior clareza.



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