MISTÉRIOS, TEMPEROS
e AROMAS
Que os livros de Agatha Christie estão recheados de crimes,
mistérios e suspenses, disto todos nós já sabemos. Mas há um outro recheio bem
diferente que também contribui para que a obra de nossa Rainha do Mistério se
torne ainda mais deliciosa!
As Aventuras do Pudim de Natal |
Estou falando dos mais variados quitutes – doces, bolos,
salgados, bebidas – que aparecem constantemente em sua obra e ajudam a
apimentar os crimes a serem resolvidos.
Sejam eles amargos como um assassinato, agridoces como a
vingança, salgados como o roubo de joias, azedos como um suicídio, gelados como pistas falsas, ou ainda doces
como a descoberta de uma pessoa desaparecida, quentes e borbulhantes como um
romance proibido, cremosos como a surpresa por uma herança desconhecida, ou
refrescantes como o desvendar de um intrincado mistério, os quitutes presentes
nos jantares, almoços, lanches, temperam as estórias de Agatha Christie e lhe
deixam com um gostinho todo especial
ASSASSINATOS & QUITUTES
Em vista disso e inspirada em comentários e perguntas
curiosas por parte dos leitores e fãs de Agatha Christie, decidi me dedicar a
explorar a culinária em sua obra. Assim, inauguro hoje uma nova seção neste
blog: Crimes & Culinária.
Um Brinde de Cianureto |
Notem que eu não estou me referindo necessariamente àquelas obras em que um determinado prato ou alimento assume tal importância na estória que chega até a dar título ao próprio livro, como é o caso de Um brinde de Cianureto (1945) (cujo título eu prefiro no original: Sparkling Cyanide, algo como Cianureto Resplandecente); Cem Gramas de Centeio (1953); ou A Aventura do Pudim de Natal (1960).
Tão pouco estou focando apenas as aventuras com Miss Marple, em cujas estórias sempre há uma pausa para o chá com bolinhos, a ponto de eu já ter até publicado um artigo com todo o ritual inglês para o chá da tarde, da louça e talheres aos doces e quitutes (veja neste blog em: http://www.agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2013/07/cha-e-bolinhos-com-miss-marple-hum-ate.html); ou aquelas com Poirot, um comensal metódico, como não poderia deixar de ser, porém de gosto refinado. Na verdade, estou falando da obra completa.
Já de início, percebo que praticamente em todos os livros de Agatha Christie há alguma referência a drinks, cafés da manhã, chás e acompanhamentos, sobremesas, enfim, alimentos os mais diversos. Nem sempre estas refeições ou pratos são necessariamente elaborados ou elegantes; muitas vezes trata-se apenas de uma descrição de cena do cotidiano, mas no qual as personagens estão comendo ou bebendo alguma coisa – coisa esta que é devidamente descrita. Não precisei pesquisar muito para preparar o próximo artigo, com fatos curiosos sobre a obra, fotos apetitosas e a receita, é claro, do prato em questão. Já está forno. Será servido ainda esta semana...
ENTRE SUSPENSES & SABORES
Agatha Christie na cozinha |
Dame Agatha
era ela mesma uma apreciadora da boa e saborosa comida. Sendo de uma família
aristocrata, ela só foi aprender a cozinhar depois que se casou. Conforme publiquei
anteriormente, ao comentar o livro de Stefania Barzini, A Cozinha das Escritoras ,
da Ed. Benvirá,
(veja neste blog em: http://www.agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2013/11/noticias-novidades-agatha-christie-na.html
)
Agatha Christie gostava de pratos simples, e tinha um apreço
especial por pães e omeletes. Quando criança, então, adorava doces e guloseimas,
como podemos conferir facilmente nas muitas descrições detalhadas e às vezes
divertidas das comidas ao longo de toda a Autobiografia.
Este prazer em degustar um bom saboroso prato ficou evidente
em sua obra, mesmo embora os temas culinários estejam bem distantes dos temas
de crimes e mistério. Mas, nossa Rainha, conseguiu o que parecia impossível: reuni-los
no mesmo lugar, de forma harmônica e perfeitamente deliciosa, como só uma verdadeira Escritora - Detetive - Chef de Cusine poderia fazer!
Espero que apreciem os próximos posts sobre as comidas e
bebidas na obra de Agatha Christie tanto quanto eu.
Bom apetite!
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