O Maior dos Mistérios: Por quê?
Nas últimas três postagens de Notícias & Novidades, falei sobre o estranho desaparecimento
da própria Agatha Christie por 11 dias ocorrido em 1926 (1ª parte), sobre as
teorias mais aceitas pela polícia e pela imprensa para os motivos (2ª parte), e sobre as dramatizações feitas pelo o cinema e a TV respeito (3ª parte).
O fato é que o mistério que envolve este peculiar desaparecimento não é aquele enigma tradicional resumido na pergunta – Quem é o culpado? – mas sim, um enigma ainda mias intrigante: Por quê?
O fato é que o mistério que envolve este peculiar desaparecimento não é aquele enigma tradicional resumido na pergunta – Quem é o culpado? – mas sim, um enigma ainda mias intrigante: Por quê?
Hoje, na 4ª e última parte, apresento a hipótese com a
qual eu mesma me alinho para explicar o que se passou com Dame Agatha, ao simplesmente sair de casa em Berkshire sem
avisar nada a ninguém em 3 de dezembro de 1926 e se hospedar em um hotel SPA em
Harrogate.
Muitos já falaram e publicaram em todo o mundo suas ideias advogando em favor da mesma teoria: a da perda (parcial ou total) de memória resultante de um colapso nervoso. Porém, um bom trabalho a respeito é aquele apresentado pelo Dr. Andrew Norman (ex médico) em seu livro: The Finished Portrait (Tempus Editora, 2006. 1ª foto).
O Retrato Finalmente Terminado
Muitos já falaram e publicaram em todo o mundo suas ideias advogando em favor da mesma teoria: a da perda (parcial ou total) de memória resultante de um colapso nervoso. Porém, um bom trabalho a respeito é aquele apresentado pelo Dr. Andrew Norman (ex médico) em seu livro: The Finished Portrait (Tempus Editora, 2006. 1ª foto).
Antes de falar das conclusões do Dr. Norman, porém, só uma
breve curiosidade: o título de seu livro – algo como: O Retrato Acabado – não foi pensado à toa. Trata-se de uma alusão
explícita a outro livro publicado por Agatha Christie em 1934, sob o pseudônimo
de Mary Westmacott, que se chama: Unfinished
Portrait – ou: Retrato Inacabado (2ª foto). Ocorre
que se acredita que esta obra de Agatha Christie, onde sua personagem principal
também é uma escritora que passa por momentos traumáticos devido ao divórcio,
traz na verdade uma explicação da própria
autora para o que de fato lhe teria acontecido.
Amnésia Psicogênica
Com base em estudos médico-científicos combinados com um minucioso trabalho de pesquisa biográfica acerca dos acontecimentos na vida de Agatha Christie naquela época, o Dr. Andrew Norman defende em seu livro a hipótese de que a escritora estava sofrendo de uma patologia psicológica denominada amnésia psicogênica, também conhecida como estado de fuga. O Dr. Norman nos explica que episódios desta rara condição mental ocorrem em função do alto nível de stress provocado pelo sofrimento de um trauma ou algo que leve a pessoa a cair em depressão.
Segundo Norman, Agatha Christie vinha já há alguns dias apresentando
indícios que favoreciam o desenvolvimento do estado de fuga, levando a pessoa a se comportar como se estivesse
em um estado semelhante a um transe hipnótico. Sintomas como acessos de choro
repentinos, dificuldade em reconhecer sua própria fotografia, esquecimento de
seu próprio nome são apenas alguns exemplos do comportamento da escritora
testemunhados naquela época. O acúmulo
de acontecimentos traumáticos – a doença e a morte de sua mãe, o abandono pelo
marido durante este período, seguido de seu pedido de divórcio e da exposição
ao seu desejo de lhe trocar por uma
mulher bem mais jovem – teriam culminado em um colapso nervoso e no consequente
estado de fuga de Agatha Christie.
O instante de amnésia que a escritora experimentou em
seguida em função deste trauma psicológico explicaria seu ímpeto em largar tudo
aquilo que a estava magoando terrivelmente para trás e rumar para um calmo e
agradável hotel. Trata-se de uma questão básica e primitiva de sobrevivência –
no caso, de sua própria saúde mental. Do mesmo modo, a adoção momentânea de uma
nova personalidade, como ter se registrado no hotel SPA com o nome falso de
Teresa Neele, se encaixa nos sintomas do processo de perda de memória pós-traumática.
Além disso, o Dr. Norman também acredita que Agatha Christie passou por uma fase de tendências suicidas. Quem já conheceu de perto alguém com depressão ou doença do pânico – patologias psicológicas sérias, porém, hoje em dia tão divulgados em nossa cultura, compreende perfeitamente esta suposição.
Além disso, o Dr. Norman também acredita que Agatha Christie passou por uma fase de tendências suicidas. Quem já conheceu de perto alguém com depressão ou doença do pânico – patologias psicológicas sérias, porém, hoje em dia tão divulgados em nossa cultura, compreende perfeitamente esta suposição.
Agatha Christie |
O Direito de Sofrer Longe
dos Olhos Alheios
O fato é que Agatha Christie conseguiu digerir todos esses reveses, superá-los e sobreviver. O que quer que tenha acontecido em seu coração, qualquer que tenha sido a profundidade de suas mágoas, ela, como uma mulher reservada, jamais saiu por aí desabafando-as aos quatro ventos. Tampouco jogou a culpa sobre ninguém: que se registre que as conclusões acerca da parcela de responsabilidade de seu então marido Archibald Christie sobre o acontecido são todas nossas. Como a verdadeira dama que era, Agatha Christie se retirou a fim de sofrer longe dos olhos alheios e depois de recuperada, retornou para, tempos depois, se transformar no ícone literário que é hoje.
Quem nunca o desejou,
que atire a 1ª pedra!
Agora, confesse: quantas vezes em nossas vidas, diante do estresse cotidiano – casa, filhos, trabalho, chefe, contas a pagar, etc. – não temos vontade de sumir, de desaparecer daqui e ir parar em um resort paradisíaco no Caribe, onde ninguém nos conheça? Quem nunca sentiu isso, nem que tenha sido por um breve momentinho, que atire então a primeira pedra!
ADOREI!
ResponderExcluirNão sou um fã do Andrew Norman, mas ele mandou bem. Existem diversas obras falando sobre isso, mas muito cuidado: Muitas coisas escritas sobre Agatha Christie contém erros, coisas escritas sobre coisas erradas tem mais erros e, o pior, existem coisas sem fundamentos, por mais sólidos que eles pareçam num primeiro instante, escritas com destaques bombástico, somente para ter O NOME DELA NA CAPA E SER UM TRUNFO COMERCIAL ENCHENDO OS BOLSOS DO AUTOR DE DNINHEIRO, POIS O MESMO NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA ESCREVER NADA INTERESSANTE.
Isso é a mais pura verdade, Tito. E esse também é um dos motivos pelos quais nesse blog eu me abstive de expor minha foto ou fazer muito alarde sobre meu nome e quem sou (apenas o necessário por uma questão de responsabilidade): porque não tolero pessoas que se aproveitam da capacidade e da fama alheia para tomarem carona em seu sucesso!
ResponderExcluirAdorei o texto. Esse blog é realmente ótimo. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada, Ruthinha. Escrevo com carinho para todos os fãs de nossa Rainha do Crime.
ResponderExcluirUau não sabia dessa história sobre a Agatha, sou muito fã dela, descobri seu blogue hoje, tenho muito o que ler!! Parabéns!!
ResponderExcluirObrigada! Seja sempre bem vindo à minha Blogazine!
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