Curiosidades - Um "papo cabeça"

Literatura Policial é mesmo inferior aos outros gêneros literários?

Tire suas próprias conclusões. 



Grandes detetives de todos os tempos

Como Curiosidade de hoje, eu resolvi falar sobre uma questão que há anos mexeu comigo. Para quem ainda não sabe, eu sou formada em língua e literatura inglesa. Toda entusiasmada, jovenzinha como eu era, fui logo falando de Agatha Christie nas aulas de Literatura Inglesa Moderna. Ah, pra quê? Fui imediatamente tratada pelos professores com escárnio, inclusive e especialmente – pasmem! – pelos professores britânicos. Acontece que a literatura policial era (ou ainda é em alguns círculos) considerada como paraliteratura, ou seja, como um tipo de literatura inferior, menor, sem grande importância, e, portanto, indigno de ser estudado em curso de nível superior.

Bem, o fato é que, desde então, eu me tornei uma espécie de advogada da literatura policial, especialmente daquela ao estilo de Agatha Christie, a qual classifico como: literatura “caseira” de crime e mistério. Pesquiso e estudar tudo o que é publicado, discutido, falado a respeito. E é justamente um trecho escrito pelo crítico literário Jeffrey Feinman em seu livro O Mundo Misterioso de Agatha Christie (1975), no qual ele fala exatamente desta questão do menosprezo pelos romances de crime e mistério, que resolvi reproduzir aqui:

“Se alguém acusar que o objetivo das estórias policiais é confortar o leitor, é bom lembrar que esse é o objetivo de qualquer arte: consolar-nos, ajudando-nos a compreender, a dominar mentalmente o que nunca conseguimos fisicamente. A estória de mistério, como o xadrez, são mundos pequenos, autossuficientes, onde prevalecem suas próprias leis. Nunca pensaríamos em culpar o xadrez por não ser como o mundo real. Por que o deveríamos fazer como mundo do mistério?”

Acho que nem preciso dizer mais nada, não é?

Case closed. Caso encerrado.

E você: como vê a literatura policial ou a de crime e mistério? Conte-nos!