quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Especial Setembro - Mês Agatha Christie: Tradução da Entrevista para a rádio BBC - Londres em 1955

  
O que a Rainha do Crime tem a nos dizer



Agatha Chrsitie
Ouvir a própria voz de Agatha Christie, que era avessa a badalações e entrevistas, já é uma coisa especial. Ouvi-la então falando de si mesma, de reminiscência da infância e de sua forma de escrever é, pelo menos para mim, algo emocionante. Por isso, fiz questão de compartilhar esta emoção com todos fixando, na parte superior desta Revista-blog, um link permanente dos arquivos da rádio BBC de Londres contendo a gravação de uma entrevista que nossa querida escritora concedeu em 1955. Mas, naturalmente, a entrevista está em inglês!
Assim, a fim de que mais fãs de Agatha Christie possam desfrutar da mesma emoção, nesta publicação comemorativa de Especial Setembro: Mês de Aniversário de Agatha Christie, traduzi a entrevista e reproduzo abaixo seus trechos mais interessantes. Espero que a apreciem tanto como eu! 
 

ENTREVISTA de AGATHA CHRISTIE para a BBC-Londres  (1955)

As pessoas costumam perguntar o que me levou a ser escritora. A maioria delas, eu imagino, ficam depois se questionando se devem levar minha resposta a sério, embora ela seja estritamente verdadeira.


Veja, tudo se deveu inteiramente ao fato de eu não ter tido uma educação formal. (...) Embora eu fosse gloriosamente ociosa em minha infância, naquele tempo as crianças podiam fazer muitas coisas boas para si mesmas, (...) como pequenos presentes de Natal para seus amigos. Eu me vi então inventando estórias e encenando diferentes papeis. Não há nada como o tédio para lhe fazer escrever.

Assim, quando eu tinha 16 ou 17 anos, eu já havia escrito uma boa quantidade de contos e um longo e triste romance. Quando eu completei 21, eu tinha acabado de terminar meu primeiro livro a ser publicado: O Misterioso Caso de Styles. Eu o enviei a um ou dois editores que o recusaram, até que ele chegou a John Lane. Aproximadamente um ano depois, eu soube que ele foi aceito. Bem, foi assim que tudo começou. (...)

Agatha Christie e o ator Anthony Holmes
em outra gravação em 1937
Qual é o seu método, querem saber eles, os meus amigos. A verdade decepcionante é que eu não tenho exatamente um método. Eu datilografo meus próprios rascunhos em uma velha e confiável máquina de escrever, a qual possuo há anos. (...) Eu acredito que o verdadeiro trabalho reside em planejar o desenvolvimento de sua estória e se ocupar dele até que ele saia corretamente. Isto pode levar um bom tempo. Portanto, depois que você tiver reunido todo o seu material, tudo o que resta é encontrar tempo para escrever a coisa. Três meses me parecem um tempo razoável para terminar um livro, se for possível se dedicar imediatamente a ele.

Por outro lado, eu acho que as peças teatrais ficam melhores se forem escritas rapidamente. Escrever peças é muito mais divertido do que escrever livros. Você não precisa se preocupar com as longas descrições dos lugares e das pessoas ou decidir como posicionar seu material. Você tem que escrever bem rápido, manter a atmosfera e a conversa fluindo naturalmente. Eu prefiro escrever uma peça teatral como uma peça teatral. (...) Eu nunca me preocupei muito com o que aconteceria quando outras pessoas tentassem transformar meus livros em peças. Mas, no final, eu mesma tive que fazê-lo.


ESPECIAL  SETEMBRO 2013:

MÊS de ANIVERSÁRIO de

AGATHA CHRISTIE
 
 

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