segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Palavras de Fã - Cronista convidado: Tito Prates

 
 ESPECIAL  SETEMBRO 2013:
 
MÊS AGATHA CHRISTIE
 
 
 
Agora, o Fã é quem fala!

Todo nós, que somos fãs, já experimentamos esta curiosa trajetória entre o escuro sem graça do período quando desconhecemos um artista, e o fascinante mundo multicolorido de emoções que se descortina diante de nós depois que o conhecemos. Tendo isso em mente, para o primeiro tema da nova seção desta Revista-blog – Palavras de Fã – convidei vários leitores assíduos e fãs de Agatha Christie a responderem em poucas palavras a seguinte pergunta: como se tornou fã de Rainha do Crime. Minha ideia é a de dar voz àqueles que, como eu, são fascinados pela obra e pela própria Agatha Christie, e que também acompanham com entusiasmo meus modestos artigos nesta Revista-blog. Assim, como postagem inaugural, publico a seguir o relato de nosso querido Tito Prates, o orgulhoso autor de: Viagem à Terra da Rainha do Crime - Uma Aventura de Emoções na Inglaterra de Agatha Christie, recém lançado com grande sucesso.

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COMO ME TORNEIR UM FÃ (MANÍACO, OBSECADO) DE AGATHA  CHRISTIE

É uma longa história de mais de 35 anos. Começa com minha tia Olga me contando o enredo de Um Destino Ignorado. Ela era, como Agatha e sua mãe, uma excelente contadora de histórias e qualquer coisa parecia ficar mágico em sua narração. A história das pérolas fixadas com chicletes me fascinou. Eu já era fã dos livros do Ganymedes José e da coleção Vagalume, então foi um pulo para eu pedir de Natal meu primeiro Agatha Christie. Ganhei dois! A Mansão Hollow e A Extravagância do Morto. Devorei. Então, descobri uma biblioteca que tinha alguns títulos, fui lendo e pedindo nas datas comemorativas.

Lembro que os escondia dentro do espelho do armário do banheiro, que era oco, e dizia que estava estudando. Mas nunca fui mal por causa dos livros. Como os livros da biblioteca eram poucos e eu não tinha tantas ocasiões no ano para pedir, o jeito era reler de tempos em tempos. Com o primeiro estágio de menos de salário mínimo, fui para os sebos e consegui comprar quase todos os livros. Mas eles também acabaram. Reli tudo.

Nessa trajetória, me acostumei com o modo de ver o mundo dos ingleses e comecei a conhecer sua cultura e sociedade. Quando me tornei auditor, Miss Marple foi uma excelente aliada e eu conseguia descobrir coisas impossíveis usando as técnicas dela, minha favorita.

Ainda quando estava na faculdade veio a ideia de escrever um livro. Comecei uma série de resumos, anotações. Comecei a mergulhar mais fundo no universo da Duquesa da Morte. Ocorreu então uma terrível constatação. TUDO que eu pensava escrever, já estava escrito. Mudava o rumo do livro, o assunto, o enfoque e descobria que já existia um assim.

Por volta de 2004, entrei na comunidade Agatha Christie Brasil do Orkut e conheci amigos virtuais e reais. Culminou com uma brincadeira chama da BBB da ACB. Quinze ou mais membros da comunidade participavam de rodadas diárias de perguntas feitas pelos moderadores e os dois que iam pior iam para o paredão. Nunca fui.

Que emoção chegar em casa a noite e responder as perguntas. Alguns participantes se juntavam com os eliminados on line e com pesquisas eletrônicas em e-books, mas demoravam para responder e eu conseguia responder facilmente 80% sem ter que procurar nada. Quem respondia primeiro ganhava mais pontos. Acabei ganhando o BBB da ACB. Uma bobagem, mas que foi uma emoção muito grande. Na hora do prêmio, uma surpresa. Me convidaram para ser o terceiro moderador da comunidade, que com orgulho sou até hoje.

Na trajetória do BBB reli muitos livros que eu achava que não lembrava direito. Com o advento das compras internacionais, comecei a expandir a coleção de livros sobre Agatha.

Finalmente, no ano passado, nos melhores padrões de Agatha Christie, recebi uma herança! Nada muito volumoso, mas estabilizado na vida, podia gastar o dinheiro com o que eu queria. A oportunidade de viajar para Inglaterra já existia, mas ou o tempo ou o dinheiro eram curtos. Agora tinha os dois.

O mês inteiro viajando pela Inglaterra iria preencher as lacunas que somente ao vivo poderia descobrir. Fiz meu roteiro e embarquei em agosto. Torquay, Greenway, Choolsey e Wallingford, Londres, Newlands Corner, Sunningdale. Teatros, casa, lugares dos livros. Peregrinei por cada um. Resultou em um livro de aventuras de viagem, nos padrões de Desenterrando o Passado e da Autobiografia. Leves, sem pretensão, dinâmicos. Somente emoções e fatos que geraram essas emoções.

Assim nasceu meu primeiro livro sobre Agatha Christie. Viagem à Terra da Rainha do Crime - Uma Aventura de Emoções na Inglaterra de Agatha Christie.

Tito Prates

2 comentários:

  1. Eu também comecei a ler os livros dela ainda criança, 9 ou 10 anos de idade,lia os livros de minha mãe, depois da biblioteca e mais tarde comecei a comprar e hoje tenho quase todos, a maioria daquela coleção de capa preta. Já li e reli várias vezes e amo de paixão. Agora estou lendo o livro do Tito e a cada citação dele tenho vontade de reler algum livro e tiro da estante,não cheguei nem na metade do livro e já tenho uma pilha enorme de livros separados para reler. Não me canso deles, parece que, a cada vez que releio, descubro algo novo.

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  2. Que legal, Carla! Eu também comecei a ler muito menina e nunca mais parei. Você não gostaria de enviar seu depoimento (o mesmo que enviou acima) para que eu publicasse como os demais, i.e., como parte das comemorações de setembro? Este convite é aberto a todos os fãs e leitores da Revista-blog! Se desejar, envie-o para meu email: agathachritieobraeautora@gmail.com
    Seja sempre bem vinda!

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